terça-feira, 16 de dezembro de 2008

3 garotas do Depósito Nakama


Há muitos anos freqüento a Praia de Cambury no litoral norte de São Paulo. Durante estes anos todos que vou lá sempre fiz compras de material de construção no depósito Nakama e, quando o que procurava não era encontrado lá visitava outras lojas. Agora uso menos aquela loja porque as casas já estão construidas e procuro apenas algumas coisas para manutenção. Desta última vez encontrei três moças que me atenderam muito bem e pediram para publicar a foto delas no blog. Aí está.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Verdadeiras histórias 2



Em junho de 2008 estava numa que dava dó. Aguando o jardim encontrei um galho de roseira quase moribundo. Plantei e fiz uma confissão: quando ele florir vou estar melhor. Agora nesta primavera ele floriu e melhorei.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Verdadeiras histórias 1

Construção da nova igreja e a antiga (dir.)

Ypuchi (Y: água, puchi: má, suja)

Sebastião Silva refugiado da Guerra do Paraguay era garimpeiro e descobriu nas suas andanças pelo Triangulo Mineiro, nas margens do rio Bagagem, muitos diamantes só igualados aos produzidos na Índia.
Três anos depois 5 mil pessoas trabalhavam na mineração e quase todos os primeiros habitantes de Água Suja eram de origem portuguesa que se habituaram a fazer romarias até Muquém de Goiás louvando a imagem de Nossa Senhora da Abadia.
Pela distância e dificuldades das estradas estas viagens/romarias foram ficando trabalhosas e decidiram construir uma capela no povoado. Os cronistas dizem que 1870 caiu uma geada daquelas. Três dias e três noites. Também neste ano começou a construção da capela em Água Suja.

Uma imagem esculpida em madeira

Custódio da Costa foi até a capital do Império e na Rua da Quitanda adquiriu, na casa comercial Franco & Carvalho, a imagem de Nossa Senhora da Abadia. Esculpida em madeira: castanheira. Voltou do Rio de Janeiro em um Cargueiro até a Barra do Piraí e, de lá, em carro de boi chegaram até Água Suja. Foram recebidos com banda de música, fogos e missa campal, perto de onde é hoje o santuário.
“Na verdade, a Virgem Imaculada, parece ter escolhido com particularidade este templo, para nele exercer com especial desvelo e carinho, sua proteção Maternal” - Maria Damasceno no livro Do diamante ao Milagre da fé.
A primeira igreja, toda feita em madeira de lei, media 32 metros de comprimento, 15 metros de largura e 12 metros de altura com a iluminação interna feita pelos famosos lampiões do sistema Boulevar e Aladim com 2.400 velas de potência.


Santuário de Água Suja


Por que Nossa Senhora da Abadia e Água Suja

Paio Amado, um fidalgo da corte do Conde D. Henrique tornou-se monge chegando a ser o frei responsável pelo mosteiro do Monte São Miguel em Portugal.
No vale próximo da ermida ele e outro noviço viram uma grande claridade e foram atrás. Depois de andar duas noites encontraram a imagem de Nossa Senhora em uma pedra que brilhava. Geólogos disseram depois que era de calcário poliemorado do século IV. Amado e o noviço levaram a imagem para o mosteiro e logo apareceram devotos.
Ficou conhecida pelas graças alcançadas dos que invocavam seu nome e porque muitos devotos de sua santidade faziam seu culto numa abadia. Comemorando no dia 15 de agosto, sua assunção ao céu. Gente de todas as classes sociais, invocam sua proteção em momentos de agonia e aflição sempre recebendo em troca sua ajuda e consolo. Esta fama atravessou o Atlântico e chegou até Água Suja onde uma quantidade grande de garimpeiros que ao lavarem o cascalho para acharem os diamantes sujavam a água do Rio Bagagem.
Mais tarde mudou de nome (Com certeza não foi um poeta que a batizou e é pena que poeta não se encontre para crismá-la dando outro nome - Maria Damasceno). Em 1938 passou a ser chamada de Romaria em função das inúmeras romarias de todos os quadrantes do estado e até de fora dele que visitam o santuário para as orações e promessas.

Nossa Senhora d’Abadia no Memorial da América Latina

Uma pequena imagem de Nossa Senhora da Abadia, doada por Carmelina Freitas (nascida em Água Suja) fará parte da exposição de imagens de santos, santas e padroeiras de várias partes do Brasil que será montada no Memorial da América Latina, em São Paulo. Isto, por si, é uma boa história e o que vem a seguir é um verdadeiro milagre: Em que circunstâncias a imagem de Nossa Senhora da Abadia chegou até o Memorial.



Maureen Bisilliat e a imagen doada pela Carmelina


Estou desenvolvendo o projeto em que uma equipe de cinco duplas de repórter/fotógrafo fará reportagens em Cuba, no início de 2009, nos 50 anos da revolução cubana.
Nos encontros e agendamentos para obter apoios ao projeto fui até o Memorial da América Latina para uma primeira reunião com a Maureen Bisilliat - curadora do Pavilhão da Criatividade. Fiz uma rápida apresentação e ela adotou o projeto agendando naquele mesmo instante uma reunião com a Leonor Amarante editora da Revista Nossa América que também abraçou a idéia sugerindo a publicação de uma edição especial.
Nas conversas finais Maureen comentou, mostrando algumas imagens de santos e santas, que está em andamento uma exposição com o eixo temático dedicado aos santos e padroeiras do Brasil. Contei rapidamente a história de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja. Ela ficou encantada e prometi uma imagem da santa para fazer parte da exposição.
Falei com meus irmãos de Belo Horizonte que, como eu, nasceram em Água Suja, procurando saber como conseguir uma imagem. Primeiro falei com o Renato e depois com a Carmelina que disse ter uma imagem já benta e faria a doação enviando-a pelo correio ao Memorial.
Depois de várias reuniões, pesquisas, orçamentos e o design para finalizar o conteúdo do projeto, voltei ao Memorial para um encontro com Fernando Leça que é o presidente. Quando eu e Rebeca entramos na sala da Maureen acabava de chegar uma embalagem enviada pelo Sedex com a imagem que a Carmelina tinha doado. Junto de um carinhoso bilhete e a oração da Nossa Senhora da Abadia. Maurren abriu a caixa admirando a beleza das cores do manto e da imagem. Disse pra Maurren: Olha como ela é milagrosa! Chegar exatamente no mesmo momento em que cheguei. Falamos de sincronicidade.
Em um pequeno altar, junto com vários outros santos (quem sabe um concílio inesperado) Nossa Senhora da Abadia aguarda, na sala do pavilhão, pelo momento de ser vista por muita gente na exposição dedicada aos santos.
Uma ótima notícia. Nosso projeto Cuba: ayer, hoy e syempre foi aprovado pelo presidente do Memorial. Milagre?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Varrendo flores



Logo ali, na esquina da Praça Craveiro Lopes, em frente a Câmara Municipal de São Paulo, Marta – hoje pela manhã, varria flores caídas do pé de jacarandá mimoso. Eu, no Planalto Central do País, exibo um mostra de fotografias “Bambu, Folhas Flores e frutos” no Museu da República, uma jóia da arquitetura mundial. Criação de Oscar Niemeyer.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

De Assis Brasil a Guajará Mirim - Parte 2

Casa do Tota

Fomos ver a extração de látex nas "estradas" de seringueiras próximas da casa do doutor da borracha. No início da noite choveu forte e jantamos na casa do Tota - a estrada de terra estava escorregando que nem quiabo. Tota é um líder na região. Extrativista antenado e bem humorado. Sua casa fica no caminho da capela da Santa Raimunda Alma do Bom Sucesso. Peruanos e brasileiros são seus devotos e fazem romaria para pagar os milagres recebidos. Tota me contou, durante a degustação de um café feito no fogão a lenha, naquela conversa de depois do jantar: “Vem gente do Perú pagar promessas”



Dormimos em redes na sala e na varanda da Escola Chico Mendes. O som da noite, depois da novela Pantanal, é o de uma filarmônica de insetos, sapos e aves noturnas. Nesta harmonia dormi e acordamos às 4 da manhã. Um rápido café de campanha. Em duas caminhonetes 4x4 fomos deslizando pela estrada até Assis Brasil. Um pen drive levava para as caixas músicas caipiras brasileiras e a Cumbia. Cúmbia é a musica típica da Colômbia. Surgiu nos guetos das grandes cidades colombianas.
Malas, mochilas, lap tops, tripé, câmeras e equipamento de transmissão de e-mails via satélite com conexão com a internet dividiam o espaço das carrocerias. Quem tinha este sistema de transmissão via satélite era o Joshoa, jornalista do Washington Post que, depois de ler e enviar seus e-mails, emprestava sua conexão para o Steffano mandar suas resenhas para o jornal Corriere della sera, na Itália.



Em algumas subidas e descidas a caminhonete era traçada e reduzida, mesmo assim balançávamos na pequena camada de lama da chuva. Nas carrocerias tinham bancos de madeira, tipo pau-de-arara e vinham assentados os jornalistas e o pessoal da WWF. Pela estrada encontramos uma família de índios que iam até Assis Brasil para – segundo o motorista, fazer pequenos roubos e coneguir alimentos. Claro que esta é uma visão reduzida da capacidade dos índios.
Novamente em Assis Brasil. No alvorecer daquela manhã azulada uma menina vinha pela rua trazendo num saco plástico os pães para o café da manhã. Alguns metros ao lado da pousada o Rio Acre faz a divisa do Brasil com o Peru.



Assis Brasil - AC


Camisinhas e Álcool.
Na beira da Estrada do Pacífico, perto de Xapuri foi construida a primeira usina de álcool feito de cana naquele Estado. Ainda em fase de testes. Estão chegando! Alguns quilômetros adiante a fábrica de preservativos Natex. Ambas, usina e fábrica, aguardam a homologação de alguns papéis como também os acertos e acordos políticos necessários para sua inauguração. No Aeroporto de Rio Branco embarcamos no mesmo avião monomotor com destino a Porto Velho-RO. Ricardo e Rosineide somaram ao nosso grupo. Rosineide (Neidinha) fez mestrado em Historia da Arte em Campinas. Votou pra Rondônia para trabalhar na FUNAI com os índios isolados para desconfiança e descrença dos marmanjos que achavam que aquela atividade era só para homens. Descontente com oscaminhos da FUNAI fezdenuncias e foi demitida. Ricardo é um nervoso defensor da floresta. O monomotor nos esperava no aeroporto sem janela e porta. Fui sentado e amarrado pelo cinto de cintura e do toráx. De vez em quando me dava um pouco de medo. Mas o encantamento com a paisagem da floresta intocada afugentava estes pequenos fracassos. O percurso em linha reta demorava uns 50 minutos. Nossa viagem demorou 2,30h para ver e fotografar os estragos das diversas reservas e parques indígenas e algumas belesas: fogo, fumaça, derrubada, corte e transporte de madeiras. Chegamos em Guajará Mirim num aeroporto vazio. Ao lado de um pequeno destacamento da força aérea ficava o saguão do aeroporto. Lixo, portas arrombadas ninguém para atender. Faltam letras no luminoso de identificação do aeroporto.

Outra van, desta vez menor, nos acolheu entupindo todos os seus espaços e fomos para o Hotel Mini Estrela a poucos metros da divisa do Brasil com a Bolivia. Fiquei no saguão do hotel tratando as fotos deste trajeto e aproveitando o conhecimento do Ricardo para a identificação delas. Almoçamos no quilo do restaurante ao lado do hotel com algumas especiarias árabes. Rango rápido e fomos para a aldeia dos Waren Xjein na Reserva Lage. Vivem em casas de madeira.

O assoalho fica um metro acima do chão (para dispersar o calor). O teto é de folhas de coqueiros. Mantêm hábitos antigos do ritual da morte e do casamento. No fundo das casas antenas parabólicas os conectam com o mundo, via TV. Criam uma anta em um pequeno curral que fica sempre com a porta aberta. Ela fica uns dias na aldeia e depois volta pra floresta. Passa outros dias na floresta e retorna para a aldeia. Um queixada é o animal de estimação de um jovem.
Na escola da comunidade as lideranças, alertadas pelo sino tocado pelo chefe de posto da FUNAI, se dirigiram para lá.Se acomodaram em carteiras estudantis dispostas em frente a várias cadeiras onde se alojaram os jornalistas e alguns índios: adultos, crianças e jovens mães com seus maridos e bebês.
Depois de uma breve apresentação de cada um deles, jornalistas e índios, começou a entrevista coletiva.
A represa que vão construir na Cachoeira do Jirau – Rio Madeira, vai alagar parte do território indígena. Negociam, com o apoio de ONGs e lideranças políticas, uma forma de receber royalties e indenizações. Querem continuar ensinando sua língua nas escolas e manter os hábitos ancestrais.
Fim de tarde, fim de entrevista e da visita. Algumas índias trouxeram cestos de tucum que fizeram e venderam para os jornalistas. Comprei um. Lindo!
No crepúsculo passamos pelos pastos que já foram florestas com alguns poucos coqueiros babaçu. Voltamos para Guajará Mirim. A cidade se preparava para festejar o dia da independência do Brasil. Na noite da véspera do dia 7 de setembro desfilam as fanfarras. Palanques, quiosques e barracas ficam apinhados de gente que aproveitam o dever cívico e o associam ao prazer de um passeio noturno. Na manhã seguinte a cidade estava preparada para a parada do 7 de setembro. Em frente do Hotel Mini Estrela carros do corpo de bombeiros se perfilavam atrás dos carros do GOPE. Um trânsito frenético de jovens uniformizados de vários colégios, inclusive alunos de Gobija a vizinha cidade boliviana. É tradição virem desfilar no Brasil e vice-versa nas principais datas cívicas.
De Guajará Mirim até Brasília foram 8 horas de vôo com escalas em Porto Velho e Rio Branco. No final da tarde descemos em Brasília. Na capital da esperança. A conecção para São Paulo foi estressante. A despedida dos outros jornalistas foi alí na esteira onde pegamos as nossas malas e subimos correndo para embarcar no vôo para São Paulo. Chegamos no check in 3 minutos antes de fechar. Descemos em São Paulo perto das 22h de saco cheio de ter comido barras de cereais e bebido sucos durante todo o percurso feito nos aviões da TAM. Que falta de criatividade dos nutricionistas da empresa aérea.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

De Assis Brasil até Guajará Mirim (Acre e Rondonia) Parte I

Divisa do Brasil com a Bolivia. Assis Brasil-AC

No início de setembro fui para o Acre e Rondônia (Amazônia) fazer a cobertura fotográfica da expedição “Uma jornada pelo Acre e Rondônia: 20 Anos do assassinato de Chico Mendes”, coordenada pelo jornalista Bruno Taitson da WWF Brasil. Convidados pela ONG de proteção à vida selvagem vieram dois jornalistas italianos, dois holandeses e um americano que ficou dois anos cobrindo a guerra do Iraque para o Washington Post. Atualmente é o correspondente do jornal no Rio de Janeiro e nas horas vagas surfa nas ondas das praias cariocas. O objetivo da expedição era apresentar a região aos jornalistas, seus problemas e algumas virtudes. O primeiro encontro foi em Brasília e a primeira parada em Rio Branco, capital do Acre. No restaurante do aeroporto Presidente Médici, perguntei aos pilotos do Boeing como eles conseguiam aterrisar. Um deles, bem humorado, respondeu: “A gente acha um buraco na fumaça e acerta a pista.” No almoço de trabalho, chegaram outros membros da WWF e nos situaram da expedição, sua logística, guias, infra-estrutura e personagens. À tarde a Senadora Marina Silva concedeu uma coletiva no seu escritório.
Marina Silva

Rio Branco - Xapuri
Na manhã do dia seguinte no caminho até o escritório eu e o jornalista Hans Heijt (holandês), passamos pelo parque de Rio Branco - AC e vimos uma jovem mãe apanhando folhas de seringa caídas no chão e perguntei para o que servia. Ela disse que era contra inflamações e prevenia contra o câncer.
No escritório Claudio Maretti, superintendente da WWF Brasil, fez uma apresentação dos objetivos da expedição apresentando mapas, estatísticas e resultados. No meio da tarde embarcamos em um monomotor, com assento para 12 pessoas - sem uma das janelas - para que as fotografias e a filmagem não tivessem a interferência do acrílico. Reencontrei o cineasta Waldir Pina de Barros que fazia a filmagem deste vôo.

Castanheira isolada em pasto

Decolamos para Xapuri (terra do lendário seringueiro Chico Mendes e de muitos outros anônimos) com algumas voltas e vôos rasantes pelo percurso. Fui fotografando a floresta, rios, fazendas, derrubadas e as queimadas com o seu tufo de fumaça. Uma sensação estar sendo privilegiado pela vida: olhava, enternecido, a floresta e tentava entender o por quê. Os tantos porquês.

Elenira Mendes - Filha de Chico Mendes

Livros de Chico Mendes


Em Xapuri Elenira Mendes, filha do Chico Mendes, concedeu uma entrevista coletiva. Bruno Taitson fez a tradução. O encontro foi na sala principal da Fundação Chico Mendes decorada de objetos pessoais, fotos, títulos, medalhas e troféus conquistados pelo herói da Amazônia. Elenira contou detalhes do assassinato do seu pai e as propostas da fundação instalada em um novo prédio com sala de exposição, sala de leitura e auditório. Fica na esquina em frente da casa onde viveu o legendário seringueiro. Costumo comparar Chico Mendes a Tiradentes – com as devidas distâncias no tempo e no foco das reivindicações.
Depois do almoço fomos de van para Brasiléia, divisa do Brasil com a Bolívia.



Brasiléia - AC
Em Brasiléia visitamos a Cooperacre – Cooperativa de Comercialização Extrativista do Acre. Tem uma polêmica da região. Durante muito tempo a deliciosa castanha produzida pela árvore Bertholletia excelsa. O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet. A árvore é conhecida como castanheira e produz a Castanha do Pará. Os catadores dos outros estados amazônicos reclamaram do nome “Castanha do Pará” por que a castanha não é produzida apenas no estado do Pará. Mudaram o nome para Castanha do Brasil. Agora os extrativistas da Amazônia boliviana e peruana reclamam do nome. Querem mudar para Castanha da Amazônia. Quem viver verá. A comercialização e a produção de castanha foi muito boa na safra de 2007 e faziam a capina do terreno ao lado do armazém para um futuro galpão. A armazenagem da castanha tem que ser feita com madeira porque se for feita em alvenaria a castanha apodrece.


Folha de latex FDL


Reserva Chico Mendes, Noroeste de Brasiléia AC

Fomos de Van.
Dentro da Comunidade São Pedro, na colônia Cumaru, o doutor da borracha desenvolve um projeto de fabricação artesanal de mantas de látex sem ser defumada. A tecnologia FDL (*) foi desenvolvida pela UnB (Universidade de Brasília) e o Doutor da Borracha – João Rodrigues de Araujo, como é conhecido o fabricante das mantas, bandeiras e sapatos feitos com látex laminado. Para presentear os jornalistas foram encomendadas bandeiras da Holanda, Itália e Estados Unidos. Não deu tempo para o doutor finalizar a encomenda e assistimos o manuseio do processo de laminação de uma pequena manta feita em minutos a partir de uma colheita recente de “leite” de seringueira. Improvisou um marcador comum com um garfo e descobriu que cortando duas mantas juntas com tesoura elas se colam. A mesa é a tampa de uma caixa d´água, feita de fibra de vidro “Não é adequado mas resolve o problema” afirma, orgulhoso, o doutor da borracha.

(*) SEM DEFUMAÇÃO – A folha de borracha produzida de acordo com a técnica alternativa recebe o nome de Folha de Defumação Líquida (FDL). O látex colhido da seringueira é coagulado com o uso de ácido pirolenhoso, subproduto da carbonização da madeira, que já incorpora ácidos e alcatrões. A secagem da FDL é feita em temperatura ambiente, ao ar livre, dispensando a fase de defumação. Isso livra o seringueiro da exposição excessiva à fumaça e melhora sua qualidade de vida.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Comunidade do Lage - Etnia Oro Waram Xijein


Fronteira Oeste do Brasil. Na divisa do Estado de Rondonia com a Colombia vivem os remanescentes da etnia Oro Waran Xijein, contatados oficialmente no final dos século retrasado. Passaram por uma enorme quantidade de provações.

No ritual da morte de um indivíduo o costume é um "velório" de três dias até que os parentes que vivem no interior (floresta) possam chegar para ver o finado. Entre outras manifestações abraçam-no e o colocam no colo.

Pela alta contaminaçào do virus do sarampo, tuberculose e outros brindes do contato com os brancos morreram vários Waram Xijein. Milhares. Os sobreviventes vivem na reserva nas proximidades de Guajará-Mirim (50km).

Vai ser construida uma represa na Cahoeira do Jirau - Rio Madeira e as águas vão submergir parte da sua reserva.

Ainda não foram consultados sobre o alagamento e suas conseqüencias.

Convidados para uma entrevista com jornalistas estrangeiros (convidados pela wwf brasil a ver e ouvir "in loco"), o olhar de muitos eram de perguntas.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sobrevivente


Rua Marques de Paranaguá - Centro de SP.
Sob o banner - usado como cobertor, dorme um sobrevivente às 16h da última segunda feira.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Churrasco Grego

Hoje perambulando pelo Largo do Patriarca encarei um. Com suco de uva R$ 1,50. Deu pra encarar. Estava comendo no balcão e um homem muito pobre pediu um churrasco grego. Inevitável uma comparação. Estou comendo o mesmo que um mendigo. Claro que aí tem um tanto de dramatização. O Zen propõe a humildade e é o que tenho feito nos últimos tempos. Ando naquelas que dá dó. Nem tanto.
Conversando com o senador, meu colega aqui na câmara, falávamos do churrasco grego e que o Jô Soares tinha dito em um dos seus programas que gostava. Não é tão mal.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Bolsa de Arte




Dia 6 de setembro vai acontecer um dos principais leilões de fotografias realizados no Brasil. Com curadoria de Isabel Amado http://www.isabelamado.com.br/, o evento leiloará fotos de Ansel Adams, Robert Mapplethorpe, Martín Chambi, Miguel Rio Branco e entre muitos outros, uma trama que fiz: Broto de bambu.

Neste 1º leilão de fotografias da Bolsa de Arte, as obras estarão expostas a partir do dia 30 de agosto às 11 h na Rua Oscar Freire, 379 Jardins - São Paulo - Capital. No link abaixo é possível acessar todos os lotes.
http://www.bolsadearte.com/fotografia/inicio.html

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

19 anos sem o Raul


Estava vindo da Galeria do Rock, passei em frente ao Teatro Municipal e uma manifestação alegre tomava conta da escadaria. Várias pessoas com cabelos compridos enrolados, barba meio comprida e numa das camisetas matei a charada: 19 anos sem Raul Seixas.
Um grupo, no alto da escadaria, cantava músicas do Raul e outras pessoas circulavam alegres. Ao meu lado rolou um baseado, vinhos baratos, cerveja e descontração. Michel Pedro Raul Seixas (este da foto com chapéu e óculos) lançava seu manifesto, pelo voto nulo.

Passeata Raulseixista
Já é tradicional o 21 de agosto para nós.
Não é só o mês do cachorro louco,
ou o mês do desgosto, com toda certeza,
É o mês do maluco beleza.
O mês dos raulzitos e das raulzitas
no meu ponto de vista. (...)

Nada se acabou tudo se transformou.
Não tenha medo, você é o seu governo.
Pra aqueles que já se esqueceu você é o
Próprio deus.
Não desista, não fique nesta indecisão, aja
com sensatez tente, outra vez.
Seja raulxeixista Raul era anarquista.
Não fique em cima do muro, vote nulo (...)


Continuei minha caminhada fotografando a arquitetura em volta do Viaduto do Chá até a Câmara dos Vereadores.
Lá, no salão nobre do oitavo andar a turma do voto consciente apregoava suas conclusões. Tudo ia muito bem até que o vereador Aguinaldo Timóteo pediu a palavra e deu uma dura na palestrante. Saiu irado e no corredor mandou a merda quem fez o relatório.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Embrulho


O que vocês estão vendo aí não é lixo. É um individuo dormindo em frente ao antigo prédio do Estadão, na esquina da Av. São Luiz com a Rua da Consolação, centro de São Paulo. A seta de direção única aponta para os transeuntes aquele monte no chão. Pela forma do volume é gente embrulhada em um pano verde que muitos atribuem ser a cor da esperança. Qual, como, quando e onde? Que futuro tem este individuo? Não sei dizer. Mas mostro aqui para que, além de mim, alguns vejam e quem sabe se mexam um pouquinho na cadeira e tenham uma micro partícula de solidariedade.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Centrão - Sampa


Estou aqui no centrão de SP fotografando as atividades da Casa do Povo. Hoje dia 4 de agosto rolou o projeto de integração dos novos funcionários e uma sessão solene para celebrar o dia do Seicho-No-Ie. O fundador Masaharu Taniguchi diz: “por maiores que sejam os estrondos das trovoadas, não conseguem destruir o céu azul que permanece por trás das nuvens” É uma filosofia do otimismo. José Adailton de Oliveira falou da alegria e do aqui e agora: "Eu posso". Foi muito aplaudido. Eles são pra cima.
A primeira foto que fiz foi uma noturna da casa que abriu o novo site. No dia seguinte o Douglas Mansur recebeu o título de cidadão paulistano. Ele se dedica a fotografar os movimentos sociais há muitos anos. Já foi padre e agora faz suas pregações através da imagem. Enquanto isso, nas idas e vindas de minha casa, vou fotografando o caminho, a arquitetura e luzes do início da noite.
Por incrível que pareça encontro sempre algum conhecido. Outro dia encontrei a produtora Ana Paula que estava indo passear em Tapes, no Rio Grande do Sul. Já voltou e me ligou dizendo que encontrou o Silvio Rebelo – meu amigo dos tempos que morava na Bahia (anos 70). Disse que ele está com um ateliê lindo.
Na noite de sexta-feira encontrei o cartunista Laudo e numa tarde o curador Diógenes Moura. Daqui há pouco vou encontrar a mulher maravilha ou algum replicante do filme Blade Runner (O filme relata como um ex-blade runner - Deckard - é levado a voltar à ativa para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima). Composta pelo grego Vangelis é uma das mais lindas trilhas sonoras da história do cinema.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Natália Flaubert de Acuruí


Como você descreveria este livro?
Douglas Diegues: Samba gonzo (inusitada mescla de Noel Rosa com Hunter Thompson).

Hoje à noite, depois das 22h, na Mercearia São Pedro - Vila Madalena em São Paulo, vou lançar o meu primeiro livro: Natália Flaubert de Acurui. Editado artesanalmente - Made in Paraguay, pela YiYi Jambo – Colección de poesia y narrativa sudaka-transfronteiriza “Abran Karajo!" A capa é feita com papelão reciclado e pintado por El Domador de Yakarés. O projeto é apoiado por Eloisa Cartoneira, de Buenos Aires.

São poucos exemplares pois conseguimos imprimir o primeiro às 18,50h. Douglas passou a noite traduzindo para o Portunhol Selvagem. Da sua criação diz: Portunhol é igual a papai e mamãe. Já o portunhol selvagem é suruba-kamasutra. Ouvi esta história na casa da tradutora Aurora Bernardini, degustando vinho de Mendoza e histórias literárias.




Como a notícia saiu em cima da hora, se puderem apareçam.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

El domador de jacaré

El domador de jacaré (A.G.) e douglas Diegues: o portunhol selvagem

Chegando de Ponta Porã
El Domador de Jacaré.
"Jacaré é semelhante ao ser humano
tem os três venenos no coração
rancor, cobiça e ignorância.
É mais fácil domar um jacaré do que domar o ser humano”
texto publicado no livro “Caballeros solitários rumo ao sol poente” do Xico Sá.
Douglas Diegues o Portunhol Selvagem veio junto.
Eles vão lançar hoje à noite na Mercearia São Pedro
(início da Rua Rodésia na Vila Madalena -São Paulo) os lívros
El astronauta Paraguaio do poeta fronteiriço Douglas Diegues e Uma gotita de amor jamais te deixará en bola do El domador de jacaré (A.G.).
São livros escritos em portunhol selvagem onde se mesclam os gêneros conhecidos e desconhecidos da literatura paraguaia ou triple fronteira.
Os livros integram a coleção de poesia e narrativa Sudaka-transfronteiriça Abran Karajo. Editados na capital paraguaia, com apoio da Eloisa Cartonera de Buenos Aires.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Samuca


Quando bem pequeno ele me contava as últimas do Sertão de Camburi, dentro da Mata Atlântica, no litoral norte de São Paulo. Acabou ficando sendo o “jornalista” e vive ali com a mãe, Zilda. Me ligou pedindo para passar uns dias na minha casa em São Paulo. Veio com a Luludi no domingo de noite. Na segunda foi comigo dar um gás na sede da Cooperartista. Carregou, lavou, deu uma checagem nos monitores (fez dois cursos de informática lá em Boissucanga) e está a fim de fazer manutenção em computadores aqui em São Paulo. Ontem , fomos na loja Emporium acertar detalhes do uso de minhas fotos aplicadas em produtos, jogo americano, posters e brindes. O assunto número dois foi a formatação do workshop A fotografia Zen. Vai acontecer lá, no meio de agosto. Samuel ficou na mesa, ouvindo tudo. Na saída me disse: Parece coisa de cinema. Na seqüência fomos para a estação Vila Madalena do Metrô , encontrar com sua tia Cleide. Dali foi para o Tatuapé e fica uns dias pesquisando a possibilidade de moradia por lá. Valeu Samuca, sua ajuda foi dez.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Umbigo da Vila Madalena
















Marcão - Francisco Marcos (cavanhaque) , com amigos (Michael Hanchard) e tempero de muqueca

Sábado fui na feira da Vila Madalena e encontrei alguns amigos na esquina da Rua Aspicuelta com a Rua Mourato Coelho. Eles freqüentam este “ponto” há muitos anos e apelidaram o lugar de Umbigo da Vila. Uma universidade livre de idéias. O Marcão - Francisco Marcos (faz consultoria de tecnologia da informação para o governo angolano) é presença constante. Estavam lá o Michael Hanchard que é president professor da Johns Hopkins University do Political Science Deparment (Baltimore - USA), o pintor Enio Squeff fazendo suas aquarelas, o Barão do Pandeiro dando uma canja com o seu instrumento e a Consultora Claudia Lessa, entre outros. Eles se reúnem por ali faz 20 anos ou mais. Sempre tem cervejas e petiscos. Quem serve é uma das feirantes que no final apresenta a conta. Ninguém questiona e o valor é dividido. Alguns acham que Obama vai ser assassinado.













Aquarela do Enio Squeff

terça-feira, 15 de julho de 2008

Serra da Tormenta


Perguntei sobre a tormenta e o I Ching falou do poço, da fogueira, da lenha e do espírito criador.
Em Carmo do Rio Claro – MG o ponto mais alto é a Serra das Tormentas. Não é todo mundo da cidade que sabe o porquê do nome. Quem me esclareceu foi Dona Claudete, mãe do fotógrafo Renato Soares. “As chuvas que vinham do lado da serra eram intensas, com raios e trovões seguidos de tormenta. Daí o nome”.
A cidade fica no sul de Minas nas proximidades da represa de Furnas com muitos cafezais ao redor. Vadeco e um senhor que mora na área rural da cidade não tem as pernas. De vez em quando ele monta na sua mula e vai passear pela cidade. Só desmonta quando volta pra casa. Em casa se movimenta com cadeira de rodas.
A família do Renato Soares é muito generosa e unida. Moram numa grande área, como uma vila. Seu irmão Junior tem uma tecelagem muito concorrida. Seu pai, Jair Soares, é candidato do PV a Câmara Municipal. Sugerimos algumas ações políticas para sua campanha. Vou torcer pra sua vitória e quem sabe voltar lá.
Renato está mudando pra Carmo do Rio Claro porque se cansou de São Paulo, quer uma vida menos estressante e fomos juntos de São Paulo até lá. Meu filho Manuel passou uma semana com o Leonardo, seu filho, e fui buscá-lo. Tomamos cachaças, cervejas, conversamos com os freqüentadores do bar Panela de Ferro, administrado pelo Wagner que há pouco tempo virou dono de bar. Ali tem todas as características de uma universidade livre onde os “alunos e mestres” dissertam seus problemas, aspirações e estudos do comportamento humano.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Bambu, Bambusa Bambual




No próximo sábado 5/7/08 será o vernissage da exposição de fotografias Bambu, Bambusa, Bambual com 13 fotografias que fiz desde os anos 80 em sítios, parques, fazendas e jardins de diversas partes do Brasil. Rua Dr. Virgilio de Carvalho Pinto, 567 das 14 às 17 h e depois de segunda a sexta feira das 14 às 17 h
São dois blocos. Em um deles estão 10 imagens numeradas e certificadas para venda, com preços bem acessíveis. No outro bloco são três fotografias em grande formato.
Uma delas foi feita em parceria com o fotógrafo Marcelo Lerner que desenvolveu uma técnica de fazer fotografias de pontes, paisagens usando um chassi 4x5”quee varre a imagem em linhas laterais e verticais. Às vezes somam 56 fotografias. Depois ele monta estas tantas imagens no computador criando uma única fotografia. As outras duas fotografias no formato 0,90 x 1,30 m são tramas – fotos trançadas.
Tobias mai é o curador e escreveu este texto
Edição Pocket Juvenal Pereira:
Bambu, Bambusa, Bambual


Juvenal Pereira descobriu a paixão pelo Bambu em uma de suas primeiras reportagens, perto de Belo Horizonte, em uma entrevista para a revista “A Cigarra” com a educadora Helena Antipoff. Ao longo de duas décadas, fotografou e documentou o Bambu, o que resultou em inúmeras imagens que selecionamos e reunimos para esta exposição.

Alguns trabalhos são predominantemente estéticos, usando o bambu para enxergarmos o que não vemos na correria dos tempos, enquanto outros nos trazem a visão do artista do seu lado foto-jornalístico, com os contos que o bambu nos conta e como colocamos o bambu na nossa história.
O primeiro grupo, macroscópico, mostra o início do ciclo da vida, a semente, o broto e a água como essência principal.
O segundo grupo apresenta o bambu maduro, interagindo em seu habitat com plantas, musgos e fungos, com suas marcas do tempo. O terceiro grupo mostra o bambu maduro, forte no solo, porém com as marcas das mãos do ser humano em seu corpo e, num segundo momento, levado pelo tempo, pela enxurrada, pelo rio que se forma. O quarto grupo finaliza com o bambu como matéria-prima para o ser humano. As mãos, simbólicas no grupo anterior, aqui se apropriaram da matéria-prima, construindo abrigos e casas, fazendo cestos para o dia-a-dia.

A “Moita de Bambu” nos sombreia em sua majestade e nos impressiona com sua densidade, misteriosa ela balança ao vento, parecendo mais do ar do que da terra. E as tramas, por sua vez, associadas à arte de tecer o bambu são usadas, abstraindo a imagem, o retrato, e assim criam paralelos com os pixeis da fotografia digital.

O monje e o tronco do jequitibá


Kogen Gouveia é o Monge Zen residente no templo Kinkaku-ji, em Itapecerica da Serra. Ele é meu amigo e nos conhecemos desde que fui fotografar o Mosteiro Zen Morro da Vargem em Ibiraçu, no Estado do Espírito Santo. Bem perto de Vitória, aprox. 75 km.
Kogen passou uma temporada no mosteiro de Mogi das Cruzes, depois em São Paulo e foi para o Japão estudar o Zen onde se ordenou monge. Lá fez curso de esculturas com um grande mestre. Leia mais em http://caxiuna.blogspot.com/2007/09/kanzeon-de-11-faces.html
Na semana passada fui visitá-lo. Ele traduziu o Haikai que o poeta Ademir Assunção fez para a exposição Bambu, Bambusa, Bambual e também fez a caligrafia dos ideogramas em kanji. Ambos vão estar na Galeria Edição Pocket que inaugura no próximo sábado.
A escultura Kanzeon de 11 faces já está adiantada com perspectivas de mais 1 ano de trabalho para finalizá-la.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Manacá florido

A poética da vida está também nas pequenas coisas e quando menos se espera surge no campo de visão. Perto da Estrada dos Boiadeiros, no Alto de Pinheiros, este manacá florido presenteava os passantes no explendor de sua floração.

Tarde de outono
na beira da calçada
Um mancacá florido.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Nicolas Behr e a Laranja Seleta


Hoje à noite, 18 de junho de 2008 a partir das 19 h o meu amigo e poeta Nicolas Behr vai lançar o Livro Laranja Seleta na Casa das Rosas.
Nicolas vive em Brasília. Nos anos 70 ele vendia de mão em mão suas poesias em pequenos livros mimeografados. Yogurt com farinha foi um deles. Foi preso, causou polêmica e muita admiração. Muitos outros livros vieram depois.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Primeiro sonho de Calvino


Primeiro sonho de Calvino

Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata. Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição. Ainda no ar alcança os sapatos. Primeiro, o direito: calça-o; depois, o esquerdo. No ar, enquanto cai, tenta encontrar a melhor posição para apertar os atacadores. Com o sapato esquerdo falha uma vez, mas volta a repetir, e consegue. Olha para baixo, já se vê o chão. Antes, porém, a gravata; Calvino está de cabeça para baixo e com um puxão brusco a sua mão direita apanha-a no ar e, depois, com os seus dedos apressados, mas certeiros, dá as voltas necessárias para o nó: a gravata está posta. Os sapatos, olha de novo para eles: os atacadores bem apertados; dá o último jeito no nó da gravata, bem a tempo, é o momento: chega no chão, impecável.


Ganhei este livro da minha amiga Marilia Panitz. Pelo primeiro sonho dá pra sentir o naipe. É do escritor angolano Gonçalo M. Tavares que ganhou o prêmio literário José Saramago 2005 e já esteve na FLIP.

sábado, 14 de junho de 2008

Kota Kinutani

Fotos de Juvenal Pereira
Press Release
Na tarde do próximo dia 20 de junho, o príncipe herdeiro do Japão Naruhito estará no Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, para inaugurar um monumento símbolo das relações de amizade entre Brasil e Japão.

É um conjunto com sete esculturas de granito, instalado em formato de mandala, que entrelaça elementos simbólicos e perpetua a inspiração criativa de um escultor japonês apaixonado pelo nosso país.


A presença do príncipe herdeiro na cerimônia de inauguração será a grand finale de uma história que teve início em 2003, quando Kota Kinutani chegou ao Brasil para o curso de pós-doutorado em escultura, na Universidade de São Paulo.


Em 2005 criou o monumento que, a seu ver, exprimisse os valores de coexistência pacífica e co-prosperidade entre os povos. Adotou, como conceito básico, uma mandala formada por ‘peças’ representativas dos continentes: Ásia, África, Américas, Europa e Oceania. Essas esculturas circundariam uma peça central (o coração) que representaria o Brasil, ou seja, um país que recebeu imigrantes de todo o mundo.
Foi assim que nasceu a proposta do escultor japonês Kota Kinutani, de 34 anos, para a comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.

No Japão, escolheu o granito Inada, original da província de Ibaraki, extraído de uma das pedreiras mais tradicionais do país. Basta dizer que ela é explorada há mais de 130 anos

No Brasil, em Sobral, no Ceará, encontrou o bloco da pedra que idealizara: granito Red Dragon, de cor avermelhada com pontos acinzentados.

Os anos de 2006 e 2007, para Kota Kinutani e equipe, foram de atividades intensas, iniciando com a campanha de captação de recursos financeiros e de execução do projeto artístico.


Inscrito como um dos projetos do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Monumento Comemorativo – que foi doado pelo escultor japonês à cidade de São Paulo – foi escolhido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para ser colocado no Parque do Carmo, na zona leste da Capital, cuja instalação conta com apoio da Prefeitura Municipal.

No Japão, as seis esculturas, que pesam cerca de 100 toneladas, foram finalizadas, embaladas e colocadas em containers para serem transportadas ao Brasil. O navio com as obras partiu do porto de Yokohama no dia 14 de fevereiro deste ano e chegou ao porto de Santos em 15 de março, ocasião em que foram transportadas para o armazém da empresa Cragea, em Suzano.
Nesse meio tempo, Kota Kunitani veio ao Brasil para iniciar a etapa de produção com a pedra brasileira. Do Ceará, o bloco de rocha com 55 toneladas foi transportado para o Parque do Carmo, onde o escultor montou seu ateliê-oficina.
De acordo com o cronograma, nos próximos dias serão iniciados os procedimentos para a instalação definitiva das esculturas. Uma operação extremamente delicada e custosa que, além de demandar obras civis especiais para suportar o peso das esculturas (cerca de 130 toneladas), necessitará de caminhões e guindastes para carregamento e descarregamento.

Kota Kinutani, graduado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nippon, em Tóquio, em 1996, tornou-se o primeiro doutor em escultura pela conceituada Universidade Nacional de Belas Artes de Tóquio. Fez o seu curso de pós-doutorado na Escola da Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo entre 2003 e 2004.
Desde 1992, tem participado de diferentes projetos artísticos e estudado em diversos locais do Japão e do exterior. Realizou mostras individuais e coletivas e tem obras no acervo permanente de várias instituições do Japão e de Portugal.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Moita de Bambu


Depois de 6 horas de trabalho, emendando 36 fotografias de uma moita de bambu do Parque da Água Branca, Marcelo Lerner finalizou a construção da fotografia “Moita de Bambu”.
O arquivo final ficou com 1,8G em uma imagem PSD. Depois flatiou (achatou) em uma única imagem e caiu para 200MB.
Na próxima semana esta fotografia vai estar exposta na mostra Bambu, Bambusa, Bambual “Edição Pocket”, galeria da Insign.