sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Natália Flaubert, de Acurui. Em quadrinhos


O conto "Natália Flaubert, de Acurui" vai virar HQ.
Enviei um e-mail para a Natália com o conto. Ela leu e comentou da verossimilhanças com a vida dela. Sugerindo fazer uma história em quadrinhos.

"Verossimilhança total!!! Minha mãe chama-se Neusa, e meu pai faleceu vítima de acidente (causado por ingestão de alcool). Estou até achando devo ter falado estes detalhes e vc anotado. No início do conto pensei: Não é meio prepotente evocar Flaubert pra mim? Mas depois vi que era Flobé, e Flobé pode tudo!
Imaginei este conto como se fosse uma história em quadrinhos - Num tom sátirodrama fantástico." Natália


Gostei da sugestão e liguei pro meu amigo Laudo http://www.estudiobandadesenhada.com.br/. Ele está desenhando a HQ do Clube da Esquina - http://www.museudapessoa.net/clube/exp_hq.htm
Ele leu e releu muitas vezes o conto. “Gostei muito. Histórias brasileiras!” Disse ele.
Ontem esteve aqui em casa e trouxe estes esboços. Conversamos, planejamos e vamos publicá-la.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Natália Flaubert, de Acurui


Rolava em Belo Horizonte um entusiasmo com o filme Woodstock, produzido por Michael Wadleigh. Lançado em 1970, ganhou o Oscar de melhor documentário em 1971. No Sinca Tufão do doutor Aluizio, eu o Renato Sales (seu filho) saímos de Belo Horizonte, querendo chegar em Ouro Preto antes do meio-dia. Percorremos alguns quilômetros na BR-3 e em seguida rodávamos pela Rodovia dos Inconfidentes. Nas proximidades de Itabirito, os pneus do Tufão cantavam nas curvas e, no rádio do carro, a dupla sertaneja Milionário e Zé Rico mandava ver:

Nesta longa estrada da vida,
vou correndo e não posso parar.
Na esperança de ser campeão,
alcançando o primeiro lugar...

No lado direito da estrada fizemos um pit stop na lanchonete “Pastel de Angu” que é uma mistura de lanchonete e antiquário. Tomamos um café com pastel especialidade da casa. Antigos exemplares da revista O Cruzeiro e Manchete estavam espalhados em uma das mesas. Em outras mesas, fotos anônimas, já amareladas. Malas com muitos adesivos de hotéis por onde viajaram. Algumas cadeiras de madeira, de assento retrátil, certamente de velhos cinemas de periferia, máquina de costura, candelabros de latão e outras miudezas. Nas paredes quadros emolduravam poesias laudatórias da região e de seus pontos turísticos.
Ficamos ali algum tempo. O suficiente para o lanche da manhã, uma leitura rápida do lugar, trocar algumas palavras com os vizinhos do balcão e seguir viagem.
Eu e o Renato íamos com freqüência até Ouro Preto para passar o tempo e fugir dos modorrentos sábados em Belo Horizonte. Experimentando, nos limites do carro, as emoções das curvas da estrada e querendo cada vez mais encurtar o tempo da viagem. Renato pilotava muito bem.
Chegamos a Ouro Preto perto das 11 horas da manhã. Num daqueles dias outonais. Céu azul anil de brigadeiro.
Na Praça Tiradentes, ao lado do monumento ao mártir da Inconfidência Mineira, parênteses para uma profusão de história. (Inconfidência - movimento político do final do século 18 inspirado no iluminismo. Também a necessidade de liberdade e autonomia energizava os inconfidentes. Naquele período, Portugal - a coroa - dava as ordens no Brasil, a colônia. Teve um caô caô que subiu e desceu as ladeiras. Um dos inconfidentes entregou o ouro, denunciando os insurgentes a troco de anistia de dívidas com a coroa. Tiradentes pagou o mico. Foi enforcado. Seu corpo esquartejado e suas partes foram expostas nas encruzilhadas da Estrada do Ouro para inibir outros movimentos libertários. Cinqüenta anos depois o Brasil ficou independente. Hoje Tiradentes é o nome de uma estação de trem e matéria obrigatória nos cursos de história do ensino fundamental). É ali, ao lado do mártir, que se têm as notícias de quase tudo que pode ou vai acontecer na cidade. Os encontros, os bares descolados e as baladinhas das repúblicas de estudantes.
Fomos pegar um pê-efe no Bar do Chicão. Adorava o feijão com arroz, bife, tomate e farrinha de fubá torrado. Acompanhado daquela cachacinha especial. Passamos a tarde rodando as ladeiras e para segurar as ondas da noitada tomávamos Martini com cachaça e um comprimido de Melhoral. Mistura envenenada que dava energia para segurar a madrugada gelada.
Naquelas de vagal noturno, conhecemos umas garotas que ficaram conosco. Na rua aos fundos do Museu dos Inconfidentes, no banco de trás do Sinca Tufão, senti a respiração ofegante e o gozo da Mitsi massageando meu sexo.
Na manhã seguinte, cheio de ressaca, ficávamos na praça tomando sol. Esquentar o corpo que estava moído por ter dormido no carro, mas cheio de prazer. Mitsi nos convidou para ver, em Saramenha, uma cidade vizinha, a apresentação do grupo Living Theatre, que estava na cidade em turnê pelo Brasil.
O projeto do Living Theatre, dirigido por Julian Beck e Judith Malina, era politizar e educar através do teatro. Nos lugares onde se apresentava, fazia parcerias com escolas oferecendo oficinas de teatro. Nos meses que ficou trabalhando em Ouro Preto desenvolveu uma oficina com as crianças da escola primária de Saramenha que resultou na peça teatral The Big Mamma.
Aquela seria a primeira apresentação para homenagear o dia das mães, que sempre acontece no segundo domingo de maio, no meio do outono. Uma peça instigante e um resultado teatral que nunca tinha visto antes. Por serem exóticos e por terem sido denunciados de fumar maconha os integrantes do Living Theatre foram expulsos de Ouro Preto com fotos nas capas dos principais jornais do país flagrando o grupo depondo na delegacia da cidade.
Renato, alguns anos mais à frente, abreviaria sua estadia na terra com um tiro no ouvido. Eu optaria pelo jornalismo.
Cinco anos depois do The Big Mamma, voltei a Itabirito para visitar o Vitalino Semeão que tinha conhecido quando era vendedor de leite pelas ruas de Belo Horizonte e dirigia uma caminhonete vermelha com um pequeno tanque na carroceria - a carrocinha de leite. Um dia me levou para conhecer seu trabalho e o percurso que fazia vendendo leite. Agora, na Fazenda do Baú, Vitalino trabalhava como gerente e também ajudante do geólogo Rodolfo Lund (parente longínquo do naturalista Wilhelm Lund). Rodolfo, que vivia na manguaça da cachaça, era o dono da fazenda e nos momentos de sobriedade fazia pesquisas geológicas do potencial aurífero daquela região para a companhia de mineração Vale do Rio Doce.
Vitalino sempre foi encantador. Simpático, bonitão e conversador de muitas histórias. Antes desta etapa em Itabirito, Vitalino tinha passado temporadas nas cidades do Rio de Janeiro, Natinópolis no estado de Goiás e um bom tempo em Porto Alegre, no sul do país. Sempre fazendo serviços avulsos. Ora motorista, ora feirante, ora auxiliar de diversas profissões. Nunca quis se casar. Gostava do fluxo do ir e vir sem muita bagagem pra carregar.
Ali na Fazenda do Baú a minha curiosidade era conhecer o processo de garimpagem do ouro. Vitalino me apresentou seu vizinho Antonio Flobé (parente muito distante do escritor Gustave Flaubert) que morava na beira do Córrego do Bação, com a esposa Jô, as duas filhas: Nelza com 16 e Nair, com 17 anos. Os filhos: Roberto, 18 e Ronaldo 20 anos. Naquele domingo todos estavam em casa e vestidos com a roupa domingueira. Convidei o pai, mãe e filhos para fazer fotos e registrar o encontro da família. Roberto e Ronaldo foram buscar as armas. Uma espingarda Flobé e um revólver Schmidt 32.
Dirigi a cena. Os homens apontavam suas armas para um ponto imaginário e as moças com um olhar vago na mesma direção. Depois das fotos, Jô fez café e me ofereceu com broas de milho. Delícia.
Antonio pegou sua bateia de madeira, uma pá e foi subindo/bateando pela margem do córrego num pequeno percurso. Antonio parava e, nas poças d’água que se formavam naquele acidentado terreno das montanhas mineiras, com uma pá retirava o cascalho do fundo, colocava na bateia na margem do córrego e lavava o minério. Logo em seguida brilhava, no fundo da bateia, pequena quantidade de ouro em pó. Paramos de garimpar quando, pela avaliação do Antonio Flobé, já tinha um grama de ouro que ganhei. Fiquei de mandar algumas fotos.

Frango com quiabo, cachaça, ora pro nobis, uma hora de sanfona em Acuruí
e Natália Flaubert, a jornalista filha do Vitalino.


Nas vésperas do natal de 2007 saímos de Belo Horizonte eu e o engenheiro-chefe, dr. Norberto, para fazer um ensaio fotográfico a ser publicado na revista Gold Magazine. Em foco, as instalações do novo moinho de ouro da Mineração Serras do Oeste. Uma peça adquirida na Noruega e reciclada no Brasil. Deu um trabalhão para ser instalada. Erros no projeto da estrutura de sustentação fizeram com que os operários tivessem que cortar, com potentes maçaricos, grandes placas de metal, para que o moinho pudesse ser assentado na sua base, ali, naquela região metalúrgica de Minas Gerais. Quando a instalação do moinho e das correias transportadoras ficarem prontas, a produção de ouro será de sete gramas por tonelada de minério extraído que já está exposto no pátio esperando a hora de virar metal nobre.
Depois de fotografar a mina de ouro e suas instalações, fomos almoçar em Acuruí na Cantina Mãos Dadas, resultado da fusão empresarial de algumas senhoras da cidade. A especialidade da casa era o frango com quiabo e angu e, como complemento, ora pro nobis - a folha de uma trepadeira que, quando refogada, é muito apreciada na culinária mineira. Orapronobis me lembrava a infância em Água Suja e as missas em latim.

Sancta Maria,Mater Dei,
ora pro nobis
ora pro nobis peccatoribus,
nunc et in hora mortis nostrae.
Amen

A Vila de Acuruí é mínima. A Rua Principal, com pouco mais de quinhentos metros, tem duas igrejas. A Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída no século dezoito, fica na ponta leste da rua e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição fica na ponta oeste. Como o pecado mora ao lado, entre as duas igrejas está a Cantina Mãos Dadas.
Sentamos, eu o Newton Maravilha e o dr. Norberto, à mesa na calçada; pedimos limão, três cachaças e duas cervejas. Colocava uma pitada de sal entre o polegar e o indicador. Espremia o caldo do limão em cima e depois chupava. Degustava esta mistura e mandava um gole da branquinha seguida de goles de cerveja gelada para lavar a serpentina. Esta pequena farra etílica deu início ao que se segue:


Um grupo com quatro palhaços, dentro de um velho Santana de quatro portas, passou em frente à cantina fazendo palhaçadas. Estacionaram alguns metros adiante. Imediatamente um grupo de crianças cercou os palhaços que faziam perguntas a elas e quem acertava ganhava presentes natalinos.
Na cantina chegou um casal com um bebê no colo. Se serviram de frango com quiabo e ora pro nobis. Nós comemos doce de leite de sobremesa.


Na mesa vizinha sentou um crioulo todo nos trinques. Gerson dos Santos. Chapéu panamá, de plástico branco, óculos escuros, calça preta, correntes no pescoço e na cintura. Dependurado em uma das correntes atadas ao cinto um pequeno esqueleto humano de plástico. Puxei conversa.
- Beleza?
- Beleza!
- Quem é mais mágico? O ventrilogo ou o boneco?
- O público.
Sincronicidade no ato.
Ao meu lado o Newton Maravilha queria música e perguntou se ele conhecia alguém que tocava sanfona. Ele pagaria vinte reais por uma hora de sanfona bem tocada.
- Conheço, é este aqui ao meu lado. Mas precisa ir buscar a sanfona que está na casa dele.
Ele e Newton Maravilha foram e voltaram minutos depois. Já com a sanfona posicionada deram início ao baile do meio-dia com uma clássica do Luiz Gonzaga.



O fole roncou no alto da serra Cabroeira da minha terra Subiu a ladeira e foi brincar O Zé Buraco, Pé-de-Foice, Chico Manco Cabra Macho, Bode Branco Todo mundo foi brincar

Maria Doida, Margarida Flores Bela Muito triste na janela, não dançou, Não quis entrar Naquela noite me grudei com Juventina E o suspiro da menina era de arrepiar Baião bonito tão gostoso e alcoviteiro...


O palhaço dançou com Diva (dona da cantina) eu também. A garota que estava com a criança no colo se aproximou e perguntou por que eu estava fotografando. Disse que era jornalista e viajava pelo Brasil fotografando coisas da terra que me emocionavam.
Ela, Natália, disse que era jornalista também. Tinha chegado de Dublin, na Irlanda, onde fora fazer um curso de jornalismo de impacto. Apresentou seu ex-companheiro (vim saber, meses depois que o cara era um mala). A criança tinha sido gerada em Dublin. Vieram porque o parto no Brasil era mais barato, além do aconchego familiar.
- De onde você é?
- Sou daqui mesmo. Nasci em 1976. Minha mãe teve um caso amoroso com um ajudante de geólogo e me criou. Nunca vi meu pai.
- Por quê?
- Ele trabalhava com o geólogo Rodolfo Lund, que, como muita gente, morreu num acidente de carro na BR-3. Voltava de Itabirito para Belo Horizonte e bateu de frente com um ônibus, nas proximidades do Retiro das Pedras. A autopsia confirmou excesso de álcool no sangue. O Vitalino foi pro enterro e nunca mais voltou. A fazenda foi vendida. Logo depois minha mãe constatou a gravidez. Ela não soube mais nada do Vitalino.
A mãe Jô, o pai Antonio Flobé e os irmãos apoiaram sua gravidez. Natália tinha um ano de idade quando Nelza, sua mãe, mudou para Ouro Preto.
No início de sua vida na cidade histórica, ela e a mãe moraram de favor na casa de parentes. Nelza conseguiu um emprego de assistente de ourives. Como já tinha conhecimentos do ouro logo se adaptou ao trabalho. Apoiada pelo seu patrão, fez um curso de joalheria. Terminado o curso, foi promovida com um salário maior. Sendo possível ter casa própria e se dedicar à educação de Natália. Depois fez madureza e o científico por correspondência.
Natália estudou em escola pública e na idade de prestar exames para a universidade foi para Belo Horizonte. Morou em república de estudante e passou no vestibular de jornalismo na universidade federal. Vários estágios em revistas, jornais e até uma breve passagem pela TV possibilitaram que cinco anos depois recebesse o diploma de jornalista das mãos do diretor careca. Foi para o Rio trabalhar na redação do Jornal do Brasil, no caderno Cidades. No dia-a-dia da redação cobriu enchentes, tiroteios, sentiu o cheiro esquisito da morte nos presuntos desovados em ladeiras e beira de estradas de periferia. Reportou chacinas, invasão de favelas pela polícia à procura de traficantes. Freqüentou bailes funks, ensaios e desfiles de escola de samba. Entrevistou muitas mães que perderam filhos vítimas das balas perdidas, playboizinhos que espancavam domésticas e conseguiu uma entrevista exclusiva com Jonny (mas o nome não é Johnny), o mega traficante, filho de um grande jurista.
Conseguiu furos de reportagem com donos de boca que estavam no comando declarando que sabiam que a vida era curta. Sabiam ainda mais. Se o bagulho é forte, o processo é lento.
Natália se apaixonou pela carreira acadêmica. Fez mestrado em jornalismo na Faculdade Candido Mendes e pós-graduação em Conflitos e Processos de Paz na Irlanda. De passagem por Barcelona mandou um e-mail para seu orientador no curso de pós-graduação.

Julio,
Parei na Irlanda porque tive meu visto negado na Inglaterra, logo após o caso Jean Charles. Acho q nada é por acaso. Irlanda é bem mais lado B! Bem mais bonita e casual. Fiquei 4 dias em Barcelona num albergue que fora hospital de mutilados da guerra. Todo em arabesco! Maravilhoso! No segundo dia, sentada nas Ramblas com um casal de brazucas q conheci, fui assediada por um senhor com um brilhante no dedo q devia ser maior do que minha unha do dedão. O cara tinha um 'quê' do Carl Lagerfeld e pediu permissão para tirar fotos minhas. Perguntei por quê. Ele disse q ficou impressionado o quanto eu me assemelhava a Isabela Rosselini. Depois falou q foi ele quem a descobriu. Eu tirei o cara na hora - Saquei q queria me aliciar. Papo mais furado, impossível. Me deixou sem graça de tanto q ele me rodeava fotografando.
Vou contando aos poucos, tive muitas desventuras... Desilusões... A verdadeira Valentina de Guido Crepax.
Na próxima conto o primeiro mês em Dublin.

Julio
Estou hospedada numa casa de família ao sul de Dublin.
A mulher russa, Katrina, 31 anos de idade. O homem, Hubert, com o dobro de sua idade, se gaba da ascendência francesa. Ela trabalha numa loja de cosméticos, ele passa os dias comprando e recolhendo sucata e móveis para reformar e revender. Não sei que tipo de relação os dois mantêm, mas nunca presenciei a menor forma de afeição de um com o outro. Criam um cão da raça collie dentro de um quarto pequeno e passeiam com ele às 8 da manhã. A casa era tomada de pêlo de cachorro, inclusive a comida (que eu preferia comer sem olhar muito). Hubert maldizia os imigrantes do leste europeu, especialmente os "polish", parecendo esquecer q Katrina era russa. É como se um gaúcho falasse mal de um catarinense, não conseguia entender. Comunicava-me bem com ambos até o dia que o cara começou a inflamar um discurso de superioridade européia sobre as demais nações. Aproveitei a deixa para lembrar o lixo de casa em que viviam e a falta de higiene com a casa, pessoal (não tomavam banho todos os dias) e a crueldade que cometiam contra o cachorro. Quando venceu o meu prazo na casa, fui embora sem ao menos dizer tchau.
Consegui um flat em Dublin 2, área valorizada e arborizada. Morava com dois franceses: Alban, do sul da França, trabalhava como enólogo numa casa de vinhos. Mãos calejadas da lida nas vinhas da família. Tentava me convencer a gostar de vinho, mas a minha gastrite não permitia q eu gozasse da bebida. O tanino me castigava o estômago! Mas adorava os queijos q eles traziam! Geoffroy - sério, mas doce, trabalhava numa financeira e se amarrava em musica eletrônica. Bárbara Breda, italiana e ninfomaníaca, com certo fetiche com homens gays. Lule, argentino, trabalhava no porto. Brincava dizendo q o nome dele era a mistura de Lula com pelé - trocadilho q ele não gostava, é claro.

Natália enviou estes e-mails no início de 2008 para que o conto tivesse verossimilhança.
No almoço de natal da família do Vitalino, contei esta história. Senti no seu olhar uma mistura de incerteza e satisfação ao saber ser pai.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Por quê estou falando de flores?

Folha de tayoba com gotas de chuva

Por que fotografar pessoas está ficando complicado?
Caso eu queira publicar fotos em que haja pessoas, só é possível com a autorização de uso de imagem por escrito, com firma reconhecida em cartório, etc. e tal. O flagrante, a espontaneidade vão ficar prejudicados, dando espaço para as fotos produzidas e "permitidas". Nada contra o direito que cada um tem de preservar a própria imagem; nada contra as leis do país; nada contra a democracia.
Tenho um arquivo de mais de 70 mil fotos e muitas delas são de pessoas dos quatro cantos do Brasil. Se eu publicar alguma (sem o direito de uso de imagem assinado) e algum advogado quiser me processar, eu tô fu.
O que fazer?
Fotografo flores e paisagens.
Mas não abdico do desejo e prática de tirar um retrato ou outro para o meu arquivo pessoal.
Por isto estou falando das flores do meu e de outros jardins.
Elas são lindas, cada uma com suas particularidades, cores, perfume e forma.

Bastão do imperador - broto