sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Kogen, Kanzeon e Buda


Uma escultura (busto) do Buda esculpida pelo Monge Kogen. Chegou em casa. É uma história iluminada. Conheci o Kogen quando fui fotografar o Mosteiro Zen Budista Morro da Vargem, em Ibiraçu (70 km de Vitória, na Margem da Rodovia BR 101). Junto com o jornalista Ademir Assunção fomos fazer uma reportagem para a Revista Marie Claire em 1993. Ficamos ali alguns dias e logo fiquei amigo do Kogen que estava iniciando na vida monástica. A reportagem foi publicada e recebeu um prêmio. Kogen se educou e se tornou monge em uma cerimônia no Japão. Trabalhou no mosteiro da Bahia, Mogi das Cruzes, São Paulo (Liberdade) e agora é o monge residente no templo Kinkakuji em Itapecerica da Serra - 40 km de São Paulo. Kogen fez diversas esculturas búdicas para o mosteiro Morro da Vargem. Em 2003 foi para o interior do estado da Bahia escolher um tronco de jequitibá para esculpir a Kanzeon de 11 faces. Ficou nesta empreitada 6 anos e no final do inverno e início da primavera de 2009 a escultura de 2,5 m ficou pronta. Fomos lá eu, Samuca e o Mario fotografá-la. Samuca preparou seu melhor equipamento de luz, Mario ajudou na assistência.
Fizemos diversas fotos de vários ângulos da Bodisatwa da Compaixão. Kogem escolheu estas duas fotos ai de cima e a de baixo é o Buda que ele me presenteou.
Minha casa está iluminada

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

PROFISSÃO DE FEBRE


Ademir Assunção é um grande amigo e companheiro de muitas reportagens. No dia 30 de setembro – para convidados, vai ser aberta, no Instituto Cultural Itaú, em São Paulo, a mostra Ocupação Paulo Leminski: 20 anos em outras esferas. Ele é o curador e diz: “Lemiski é poeta todo tempo. Escrevia alguns de seus poemas em guardanapos de bares (depois disciplinadamente passava a limpo) erudito, conhecedor de várias línguas e faixa preta de judô” Somos vizinhos. Ademir mora no apartamento do térreo em um prédio de dois andares. Confortável. Anos 50.
Venho acompanhando seu trabalho sobre a mostra quase que desde o começo do projeto. Aliás, conheci Lemiski fazendo uma reportagem para o Estadão em 1986, junto com o Ademir. Esta foi uma das fotos que ocupou quase a página inteira da capa do Caderno 2 do dia seguinte.
Ontem fui tomar um café com o Ademir que me contou as estratégias da mostra, as disposições, os poemas e folheava cadernos originais. Inclusive o caderno com as anotações que deram origem ao livro Catatau. Para Ademir é “Um dos melhores livros da literatura Brasileira”.
Entre ferver a água, coar o café, saboreá-lo e conversar, li vários poemas e escolhi este para abrilhantar estas páginas e excitar meus poucos e queridos leitores a verem a mostra. Na abertura do dia 30 de setembro de 2009, terá uma leitura de poemas dele, com Alice Ruiz, Áurea Ruiz Leminski (filha deles), Mário Bortolotto e Ademir Assunção. Vários eventos integram a programação.

Profissão de febre

quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento

domingo, 20 de setembro de 2009

Mister Bin - O Rei do Terreiro


Mister Bin

Numa das idas de São Paulo para Camburi passamos pela loja de produtos agrícolas em Mogi das Cruzes e compramos um galo bonito.
Desceu a Serra do Mar numa caixa de papelão cheia de furos para poder respirar. No caminho Manuel disse o nome dele Mister Bin e assim ficou.
Chegando em Camburi soltamos Mister Bin no galinheiro junto com outras galinhas já residentes e ele foi se enturmando. Passados alguns meses... Ele já tem outros filhos na redondeza (me afirmou o Ravelli que cuida do sítio).
Hoje pela manhã fui sentar ali na beira da Casa do Índio para apreciar a paisagem e ouvir a sonoridade do início da primavera. Ele veio andando vagarosamente até a uma distância que pode me ver e prescrutar. Também fiquei prescrutando-o. Por alguns minutos ficamos nos admirando e fui buscar a máquina fotográfica. Ele continuou prescrutando. Sentei na cadeira e esqueci que a máquina estava sem o cartão. Voltei, peguei o cartão coloquei e ele ficou quieto esperando. Fiz várias fotos de ângulos diferentes de sua majestade o Rei do Terreiro.
Quando ele se deu por satisfeito chacoalhou o corpo, coçou as penas e se posicionou altivo. Fiz mais uma foto. Ele deu uma volta e foi ciscar junto com as galinhas

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Amilca e sua roupa de domingo



Ela nos finais de semana se veste e coloca um chapéu para ficar mais bonita ainda. Se quizer vê-la vai ser preciso ir até o Sertão do Camburi, na Rua Afranio Costa Neto (seu finado marido), esquina com Rua Saíras. Ficou viúva. Pretendentes se aproximaram e um foi eleito. Durou pouco. Me disse que quer um homem melhor do que ela. Ela é sensacional!
Sempre vou visitá-la nas minhas idas ao Sertão. Um café, prosa das melhores ao lado do seu jardim. Lá no fundo coberto pelas folhas pontiagudas vai se desmanchando o carro em que o Afrânio se espatifou na volta do Sertão do Piavu num início de noite de junho. Foi.
Outro homem especial. Afranio construiu minha Casa do Índio. Dizia que um dia cheguei com umas fotos e disse: Eu quero que você construa uma casa igual a esta!



É esta aí.

Ali com o Monge Koguem, conversamos sobre os portais búdicos, com o Egberto Nogueira cantamos "A copa do mundo é nossa!" e debaixo da jaqueira fazemos fogueiras pra modo de conversar melhor. Zito e Mônica são vizinhos. Em junho homenageamos o São João.
Amilca tem planos de escrever um livro e me conta que está parada por causa dos tropeços. Vestiu uma roupa de domingo e posou.