quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Haja hoje para tanto ontem

CPI do IPTU 26 nov 2009

CPI do IPTU 26 nov 09

Audiência pública de finanças 25 nov 09


Na casa do povo paulistano tem umas pessoas que me chamam a atenção enquanto documento o dia a dia da casa. Audiências, CPIS, Comissões, etc e tal acontecem em 5 lugares.
No plenário, nas audiências públicas vêm pessoas dos mais variados quilates.
Ontem, durante a audiência de finanças, ela veio com lenços coloridos cobrindo a cabeça e manuseava um terço. Abstraída, viajava (na sua pequena instalação sobre a bancada dos vereadores) construindo esculturas efêmeras. Hoje cedo estava lá de novo, durante a CPI do IPTU. Perguntei o por que dos lenços e se ela era de alguma religião.
Como tenho pouca roupa eu uso lenços com tecidos leves porque são fáceis de lavar. Não sou de nenhuma religião.
Enquanto corria a CPI com perguntas dirigidas ao inoperante responsável pelo Shopping Market Place (aquele em que caiu a estrutura na semana passada), ela fez uma outra escultura, um despacho, um altar, uma homenagem... na bancada, com notas e santinhos. Tem outros personagens desta tribo que frequentam a casa e vou dando atenção pra eles. Parece com os loucos das pequenas cidades que são aceitos e os meninos adoram provocar. Como ninguém é impedido de entrar nas audiências públicas vou registrando minha admiração pelos exóticos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Bonita e gostosa

foto de Dinah Salles de Oliveira

Desde que um celular gravou as cenas (de qual celular? - ficou anônimo) e o Ytube colocou na rede fiquei do lado dela.
Ontem fui fotografar a Geisy.
Ficamos alguns minutos a sós na sala ensolarada de seu advogado na Praça da Sé em São Paulo. Ela gosta de ser fotografada. Tem o vigor dos 20 anos e sabe o que quer.
Fiquei com esta música na cabeça, é meio parecida com ela.


Perigosa
Compositores:Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta

Eu sei que eu sou bonita e gostosa
E sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia
Cuidado, garoto, eu sou perigosa

Eu tenho um veneno no doce da boca
Eu tenho um demônio guardado no peito
Eu tenho uma faca no brilho dos olhos
Eu tenho uma louca, dentro de mim

Eu sei que eu sou bonita e gostosa
E sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia
Cuidado, garoto, eu sou perigosa

Eu posso te dar, um pouco de fogo
Eu posso prender, você meu escravo
Eu faço você feliz e sem medo
Eu vou fazer você ficar louco
Muito louco, muito louco
Dentro de mim


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Temajo - Movimento Pós Humano


Um dia o Temajo apareceu na minha vida e nem me lembro. Apareceu e foi aparecendo. Uma pobreza que dava dó. Uma esperança na vida que propunha altivez. Capaz de citar Sócarates e a importância das flores no aparecimento dos Beija-flores.

Ah me lembrei de onde. Ele fazia um venissage na pensão que morava na Rua Cajaiba, na Pompéia em São Paulo. Quem me lovou foi a Evelyn Ruman e o pessoal do MIS. Em um outro período ele ficou com uma garagem que emprestei para montar seu ateliê. Ficou por ali um tempo até que a senhoria reclamou da sub locação e ele teve que cair fora. Ele me pagava com seus quadros ou com algum que arrumava.
Deixava correr solto.
Ele estava ali criando. Eu podia fazer o empréstimo.
Uma época foi para Camburi para ser o caseiro mas o serviço pesado não o agradou e voltou. Emprestei de novo a garagem já que o senhorio mudou. Pintou ali outras telas e fez uma exposição.
Temajo tem idéias sobre como deve ser o mundo.
Agora lança o Movimento Pós Humano que é uma nova exposição lá na Rua Fidalga 120 - Restaurante Materello.
Vale a pena conferir.
Talvez um dia algum curador venha a se interessar pelo seu trabalho e ele possa ser visto em outros ambientes mais glamurosos, merecedores de seu trabalho.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pancadaria no Metrô São Bento

Despedi do Luiz Prado e da Luludi em frente à entrada da estação São Bento do Metrô. Fui alí, na Florêncio de Abreu, comprar umas ferramentas e fiz uma visitinha rápida aos amigos.
Já no piso de entrada das catracas ouvi gritos: ”Deixa eu passar. Quero meus direitos de ir e vir”
A cena: Um cadeirante sendo impedido pelo segurança do metrô de andar com a cadeira. "Você não pode!" Dizia o guarda nervoso. O ajudante do cadeirante reclamava também, muito nervoso: "Olhem isto! Que absurdo!” se dirigindo para uma pequena aglomeração. Ficaram bravos. O cadeirante sendo contido pelo segurança, se contorcia e dava murros na sua perna. O segurança, neste momento, deu um puta tapão na cabeça do cadeirante. O outro segurança ficou distante e conivente com o que estava acontecendo. Eu fui pra cima e fotografei tudo. Algumas pessoas com celulares gravavam a cena. Cheguei perto do ouvido do segurança (que deu o tapão) e gritei: Covarde!
O clima começou a ficar tenso e dei o fora. Um rapaz me deu guarita e desci as escadas pegando o Metrô no sentido Jabaquara.
Entre as pessoas que entraram, duas senhoras conversaram comigo sobre o incidente.
"O rapaz da cadeira que começou a agredir primeiro". Me disse a psicóloga que está passeando no Brasil. Ela vive em New Jersey, 35 km de Nova York.
Um segurança deve estar preparado para uma situação como esta. Não é justo bater em um aleijado. Argumentei.
A conversa foi esclarecedora do que não ví. Fomos papeando até a Estação Paraíso.
Lá ela também pegou a Linha Verde para a Vila Madalena. Sentamos juntos no banco para mostrar as fotos.
Sin tarjeta! Acusava o visor.
Resumindo. As fotos não existem.
Sábado de manhã fiquei encucado com a história e pedi uma ajuda ao meu amigo Laudo, cartunista de primeira, e contei a história. Ele fez esta ilustração.
Eu não podia deixar barato.