terça-feira, 21 de maio de 2013

Faz tanto tempo que não adicono nada mas vou mostrar uma coisa bacana. Estou cursando Antropologia Visual na USP e como tarefa fiz a apresentação do trabalho Yãkwa, o banquete dos espíritos. Festa ritual da etnia Enenawê-Nawê que vivem no Noroeste do Mato Grosso. As fotos foram feitas em 2006 com uma única publicação na Revista Brasil Indígena da FUNAI. Agora nesta apresentação fiz uma instalação no jardim de inverno ao lado da sala de aula que é no período noturno. No intervalo, antes da apresentação do power point, com o apoio da colega Letícia Freire, colocamos algumas fotos ampliadas nos parapeitos das janelas. Apagamos as luzes e distribuimos lanternas. Os alunos viam as fotos com a iluminação que eles criavam com o foco da lanterna de led. O trabalho foi aplaudido e comentado na aula seguinte. Uma viagem.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Casa Aberta


No início de abril encontrei o Fernando Brant na Livraria da Vila em São Paulo, (ele veio lançar o livro Casa Aberta, uma coletanea de suas cronicas publicadas semanalmente no jornal Estado de Minas) ganhei um abraço tão especial que ficou marcado. Fomos tomar um chope na pizzaria ao lado antes da sessão de autógrafos, depois outro abraço e fui pra USP. Estou no finalzinho do livro. O texto e a narrativa do Fernando Brant povoa de humanidade os meus dias tão pragmáticos. Obrigado Brant, que livro amoroso. beijão

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

um dia suave


tenho vindo num pique tipo na quinta
hoje sossegou

fiz um bom rango.
recebi elogios do filho.
remodelei duas luminárias "dragão" - foto.
arrumei a sala.
visitei o face book várias vezes o e-mail outras tantas.
postei mensagens e depois de um longo espaço de tempo volto a publicar aqui no blog.
esta é uma luminária que venho desenvolvendo.
antes eram com papel crepon
estou estudando agora com pano.
fiz duas de linho branco - uma delas está no fundo da foto.

semana que vem eu e a equipe editorial da bio books retomamos o livro raul.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Juscelino




Nosso plano era lançar o livro Raul como o primeiro da Editora Biobooks mas não conseguimos agilizar a tempo as autorizações dos herdeiros e vamos lançar dia 17 de dezembro em Diamantina o livro Juscelino.
Já fizemos uma pesquisa em Brasilia, Belo Horizonte, Diamantina e na próxima semana vamos ao Rio de Janeiro a procura de imagens e histórias do ex-presidente.
O Nonô foi uma figura ímpar na história brasileira.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Metamorfose ambulante


Desde os anos 70 quando morava em Salvador o Raul Seixas ocupa um lugar de destaque no meu hit parade. Primeiro foi com a música Ouro de tolo "Eu devia estar contente...", Metamorfose Ambulante. ... e muitas outras. Ví um único show dele no Festival de Rock de Iacanga e o conheci pessoalmente quando fui fazer uma matéria para o Caderno @. Nesta época ele morava no Butantã, perto da USP em uma casa confortável mas ele estava muito debilitado. Mesmo assim foi muito enérgico. Fui duas vezes na sua casa. Na primeira foi com o jornalista Ademir Assunção para fazer a entrevista mas os filmes foram danificados no laboratório do Estadão e retornei no dia seguinte. Fui só. Fiquei com ele umas duas horas. Quando cheguei, ele estava de pijama e quis fazer as fotos assim mesmo. Depois mudou de roupa pegou sua guitarra e fez poses pra mim. Os filmes ficaram bons e saiu uma matéria de capa no Caderno 2 com uma foto enorme dele. Poucos meses depois ele se mandou pro Olorum.
No mês passado, agosto de 2011, fui convidado para um almoço com um empresário da área financeira que gosta muito do Raul e quer fazer um livro "fine art" sobre ele. Convidei os jornalistas Dagomir Marquezzi e Ricardo Soares para a edição do texto e reportagens; o design Yves Ribeiro para conceber o produto e vou procurar fotos para o recheio. Nosso plano é para que o livro fique pronto até dezembro deste ano. A vida é uma metamorfose ambulante.

terça-feira, 26 de julho de 2011

imersao

Funeral JK - Brasília, 26 ago 1976

Depois de muito fotografar resolvi que devo fazer um livro de fotografias com o meu trabalho. Consegui um editor - Ótávio, Editora Olhares. A partir do momento que selamos o acordo venho escaneando fotos do meu arquivo de negativos em preto e branco. Vai ser com fotos do período 1968 a 1999. Foram várias etapas desde a resolução. Atualizar o arquivo, separar as pastas e ir diariamente escaneando as fotos mais interessantes.
Todo dia é uma viagem no passado. Hoje foi Brasília, Olhos Dágua, Belo horizonte... cada tira de negativo é uma história que me pergunta quando vai ser revelada.
Esta foto ai de cima foi do funeral do Juscelino Kubistcheck. Estava fotografando para a Veja.
Foi um dos dias mais emocionantes e energizados que vivi.
É só um começo
Vamos com calma rapaziada. O livro ainda é para 2013, salvo mudança de percurso.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Aconteceu antes em Água Suja

Não carece de ir muito longe para justificar o título acima. Só para modos de dar maior valor consta que Johann Gutemberg fugindo das perseguições políticas em Mainz – Alemanha, encontrou com o Chum Chim Chum na nascente do rio Bagagem, em Iraí de Minas.

O encontro foi proveitoso. Resolveram continuar a conversa rio abaixo, perto de onde hoje fica Estrela do Sul, para trocarem experiências dos princípios da tipologia móvel. Deste encontro, veio mais tarde resultar a primeira impressão da bíblia, o sustentáculo do cristianismo.

Anos mais tarde esta publicação foi contestada por Lutero – teólogo alemão. À parte destas pelejas a bíblia é o livro mais publicado no mundo.

Também para dar um toque da grandiosidade deste pequeno rincão do Triangulo Mineiro muitos perdigotos relatam que Moisés antes de abrir as águas do Rio Vermelho fez os primeiros ensaios da sua mais conhecida performance ali, onde é hoje a barragem que os garimpeiros fizeram para lavar o cascalho do diamante. É mais conhecido como Registro.

Alguns historiadores (é bom não levar muito a sério) dizem que Moisés nunca abriu o Mar Vermelho. O que aconteceu na realidade, confirmado recentemente pelos sismógrafos de Brasília, foi o deslocamento das placas tectônicas, mas isto é outra história.

O diamante só veio a ser conhecido pelos conterrâneos aguasujenses, muitos séculos depois, quando Van W. Meeder, um missionário holandês que antes de chegar a estas paragens do Rio Bagagem vinha de um período sacerdotal na Índia onde conheceu as cobiçadas pedrinhas.

Uma pausa pra explicar.

Antes da chegada deste missionário ao Brasil ninguém, pelas bandas do ocidente do planeta Terra, conhecia o diamante que é cristalizado sob altas pressões e temperaturas nas mais profundas entranhas da terra há bilhões de anos. Para se ter uma idéia, a mais jovem rocha vulcânica da qual se extrai diamantes possui a idade de 70 milhões de anos. A origem deste nome é grega: "Adamas". Significa invencível, indomável. Na geologia é classificado como de carbono puro. Isso mesmo: é essa a composição dessa pedra tão fascinante e desejada.

Voltado para Água Suja onde tudo aconteceu antes o padre Van W. Meeder em uma de suas pregações pelos lados do Tejuco, onde hoje fica a cidade de Diamantina, se hospedou no rancho de Bernardo da Fonseca Lobo (minerador de ouro) e ficou atraído pelos tentos com que alguns homens marcavam, com aquelas pedrinhas brilhantes, o jogo do gamão. Na avaliação da época eram consideradas cristais, de pouco valor. O padre ganhou umas de presentes e no quarto de dormir ficou separando e contando o valor daqueles “280 mil quilates em diamantes de primeira água!”(truco!). Gritou cheio de satisfação: estou rico, estou rico. A notícia se espalhou. Milhares de pessoas foram garimpar em Diamantina.

Em outro lado geográfico de Minas Gerais, alguns dos desertores da guerra do Paraguai, já sabedores do seu valor, vieram garimpar nas lavras diamantíferas do Rio Bagagem, hoje cidade de Estrela do Sul, e entre estes o garimpeiro Sebastião Silva aventurou-se pelo sertão mineiro apenas com uma sacola com a muda de roupa e sua bateia. Esta é a origem da nossa querida Água Suja.

Pelo entusiasmo e emoção que me envolvem estes acontecimentos estou atropelando um pouco os fatos que vêm em ordem descontrolada de datas. Mas os meus conterrâneos e admiradores certamente vão relevar estes detalhes pouco importantes numa ficção. Olha só como o poeta Ademir Assunção sintetizou a magia do lugar “Em Água Suja é onde se lava a roupa limpa!”

A construção da empresa Thien Água Suja Minnig Company Limited – é considerada pelos historiadores a primeira empresa a explorar de forma mecanizada os diamantes do Triangulo Mineiro - tanto erodiu quanto extraiu diamantes dos cascalhos do Rio Bagagem.

No entusiasmo da conquista das pedras eternas, outra digressão ufanista em relação às inúmeras virtudes daquele pequeno rincão de formações vulcânicas, Guy Hamilton (diretor do filme “Os diamantes são eternos”) se baseou nas conversas fortuitas e filosóficas que o Ian Fleming manteve com o Quito, o dono do principal bar de Água Suja, no tempo que eu era menino.

Voltando um pouco na história. Em 1871, perto de 5.000 garimpeiros foram para lá. A movimentação destes sonhadores transformaram as margens do Rio Bagagem num revirado de montes de cascalhos, por isso suas águas corriam constantemente sujas; e daí o nome do povoado Água Suja. Hoje, no ano de 2011 d.C., perto de 3.500 pessoas moram naquela jóia de cidade.

Muitos deverão perguntar a razão desta implosão demográfica. Acontece que é para uns poucos o privilégio de lá morar.

Vou finalizar com a chave de ouro.

No início dos anos 60 John Lennon se encontrou com o Mick Jagger no Hotel da Maria Damasceno, perto do Santuário de Nossa Senhora das Abadia. Ha muitas controversas sobre este episódio, mas minha liberdade poética me autoriza a escrever que deste encontro fizeram uma parceria e o rock rolou. Vinte anos depois, lá pelos lados do Tejuco o ex- presidente JK encontrou com o pessoal do Clube da Esquina na Praça do Seminário Dom Bosco e eu, aguasujense, fotografei o encontro.