terça-feira, 29 de junho de 2010

O fio de Ariadne e Buda


Moyers: Gosto do que você diz sobre o velho mito de Teseu e Ariadne. Teseu diz a Ariadne: “Eu a amarei para sempre, se você me mostrar como sair do labirinto”. Ela lhe dá então um fio enrolado, que ele vai desenrolando à medida que penetra no labirinto, e depois o segue de volta, até encontra a saída. Você diz: “Tudo o que ele tinha era o fio. É tudo quanto você precisa”.

Campbell: É tudo o quanto você precisa, um fio de Aridane.

Moyers: Ás vezes procuramos, para nos salvar, a fortuna, um poder imenso ou grandes idéias, quando tudo o que precisamos é um pedaço de barbante.

Campbell: Que nem sempre é fácil conseguir. Mas é bom poder contar com alguém que lhe dê uma pista. Essa é a tarefa do professor, ajudá-lo a encontrar o seu fio de Ariadne.

Moyers: Como todos os heróis, o Buda não lhe mostra a verdade em si, mas o caminho que leva a ela.

Campbell: Mas precisa ser o seu caminho, não o dele. O Buda não pode lhe dizer exatamente como se livrar dos seus medos pessoais, por exemplo. Alguns professores podem prescrever exercícios, mas talvez não sejam os que funcionem para você. Tudo o que um professor tem a fazer é sugerir. É como um farol que assinala: “Há pedras ali, navegue com cuidado. Lá adiante, porém, há um canal”.

( O Poder do Mito - Joseph Campbell)

A foto foi feita ontem na Vila Madalena

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dia de outono


Cinco e trinta da matina. Ligado. Café, arrumações, pen drive, bate papo Gmail, bumba, encontro com Juliana Mieko na fila do terminal Vila Madalena.
Sentados no fundo do ônibus conversamos a estratégia da apresentação: “A necessidade da Câmara dos Vereadores de se comunicar”
Pão na chapa e pingado no bar do Centro Acadêmico da ECA-USP, finalizações, aula iniciada. Mais retoques.
Apresentações de TCC, nervosismo, tempo esgotado. O plano de marketing para a loja PERUSP, de administração familiar é pré-medieval. Show de apresentação!
Agora é nóis na frente da banca e dos alunos. Eduardo, Juliana e eu. Dividimos a apresentação em 3 módulos. Começo eu. Depois Juliana. Alunos e professores atentos. Ficou longa e o Eduardo tem pouco tempo pra finalizar.
Considerações da Banca: O trabalho comunicou e contagiou mas faltou o plano de marketing disse o Prof. Otávio Freire.
A Câmara não vende nada. É um parlamento.

Á tarde no plenário da Câmara se discute a aprovação da construção, ou não, do estádio para sediar a abertura da copa do mundo de 2016, já que o Morumbi dançou. Vai rolar.

Volto pra casa arrastando no bumba. Exausto física e mentalmente. Em casa um bamba pra nivelar e aprece o poeta Rodrigo Garcia. Ficamos ali num lero entre a antropologia e a política. Ele disse que nas aulas que deu nos USA no Departamento de Línguas Românicas na University of North Carolina, nunca viu uma apresentação daquele nível. Mais tarde aparece o poeta Ademir Assunção a Vera e o Paulo. Brindes com um Vinho do Porto pra celebrar.
9 da náite na Casa da Sílvia – decoradora e artista, para comemorar o aniversário do Galo – crooner da Banda Chá de Boldo. Prestem atenção nesta banda. Agregam poesia moderna, ponto de vista paulista/urbano, alegres, ótimos interpretes e compositores.
Volto pra casa andando (entre a Vila Madalena e a Pompéia) pela madrugada paulistana como que, novamente, colocando no nível corpo e mente.

sábado, 12 de junho de 2010

Atalhos



Na quinta de manhã quando fui buscar o pão de manhã cedo encontrei o Julio Vilela e falávamos do trabalho que cada job exige e, lá pelas tantas (quando já abríamos a portaria), ele falou que não existem atalhos, no sentido de que você precisa percorrer um caminho. Contra argumentei dizendo que os atalhos são o conhecimento.
Pelas 9h ia subindo a Rua Guiará para pegar o bumba para o trampo, parei no meio do quarteirão para fotografar esta flor de maracujá. No mesmo momento passa por mim o Akira, que foi laboratorista do Segiy Yamada muito tempo. Foi considerado o melhor printer, em cópias coloridas, de Sampa. Mandou bem.
Ele torce o nariz para as novas tecnologias.
O laboratório onde ele trabalhou muitos anos foi demolido recentemente e um prédio residencial de 20 andares ocupa aquele terreno.
Para provocá-lo mostrei a foto feita na hora e disse para ele que, se eu quisesse, poderia enviar aquela imagem para qualquer lugar, via internet, pelo telefone celular.
Ele franziu a testa.
Fomos conversando rua acima. Ele contou que um dia o fotógrafo Flieg lhe disse que todo o que tinha conquistado na fotografia fora um carro e um apartamento.
Eu disse que o acervo dele vale muito mais do que isso e contei que o fotógrafo Walter Firmo vendeu seu acervo fotográfico por um milhão de reais.
Ele ficou pasmo e me contou que um fotógrafo deu pra ele várias chapas de negativo 13x18cm e ele recusou porque não tinha onde colocar.
Não sabia dos atalhos.