sábado, 12 de junho de 2010

Atalhos



Na quinta de manhã quando fui buscar o pão de manhã cedo encontrei o Julio Vilela e falávamos do trabalho que cada job exige e, lá pelas tantas (quando já abríamos a portaria), ele falou que não existem atalhos, no sentido de que você precisa percorrer um caminho. Contra argumentei dizendo que os atalhos são o conhecimento.
Pelas 9h ia subindo a Rua Guiará para pegar o bumba para o trampo, parei no meio do quarteirão para fotografar esta flor de maracujá. No mesmo momento passa por mim o Akira, que foi laboratorista do Segiy Yamada muito tempo. Foi considerado o melhor printer, em cópias coloridas, de Sampa. Mandou bem.
Ele torce o nariz para as novas tecnologias.
O laboratório onde ele trabalhou muitos anos foi demolido recentemente e um prédio residencial de 20 andares ocupa aquele terreno.
Para provocá-lo mostrei a foto feita na hora e disse para ele que, se eu quisesse, poderia enviar aquela imagem para qualquer lugar, via internet, pelo telefone celular.
Ele franziu a testa.
Fomos conversando rua acima. Ele contou que um dia o fotógrafo Flieg lhe disse que todo o que tinha conquistado na fotografia fora um carro e um apartamento.
Eu disse que o acervo dele vale muito mais do que isso e contei que o fotógrafo Walter Firmo vendeu seu acervo fotográfico por um milhão de reais.
Ele ficou pasmo e me contou que um fotógrafo deu pra ele várias chapas de negativo 13x18cm e ele recusou porque não tinha onde colocar.
Não sabia dos atalhos.

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