
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
3 garotas do Depósito Nakama

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Verdadeiras histórias 2
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Verdadeiras histórias 1

Sebastião Silva refugiado da Guerra do Paraguay era garimpeiro e descobriu nas suas andanças pelo Triangulo Mineiro, nas margens do rio Bagagem, muitos diamantes só igualados aos produzidos na Índia.
Três anos depois 5 mil pessoas trabalhavam na mineração e quase todos os primeiros habitantes de Água Suja eram de origem portuguesa que se habituaram a fazer romarias até Muquém de Goiás louvando a imagem de Nossa Senhora da Abadia.
Pela distância e dificuldades das estradas estas viagens/romarias foram ficando trabalhosas e decidiram construir uma capela no povoado. Os cronistas dizem que 1870 caiu uma geada daquelas. Três dias e três noites. Também neste ano começou a construção da capela em Água Suja.
Uma imagem esculpida em madeira
Custódio da Costa foi até a capital do Império e na Rua da Quitanda adquiriu, na casa comercial Franco & Carvalho, a imagem de Nossa Senhora da Abadia. Esculpida em madeira: castanheira. Voltou do Rio de Janeiro em um Cargueiro até a Barra do Piraí e, de lá, em carro de boi chegaram até Água Suja. Foram recebidos com banda de música, fogos e missa campal, perto de onde é hoje o santuário.
“Na verdade, a Virgem Imaculada, parece ter escolhido com particularidade este templo, para nele exercer com especial desvelo e carinho, sua proteção Maternal” - Maria Damasceno no livro Do diamante ao Milagre da fé.
A primeira igreja, toda feita em madeira de lei, media 32 metros de comprimento, 15 metros de largura e 12 metros de altura com a iluminação interna feita pelos famosos lampiões do sistema Boulevar e Aladim com 2.400 velas de potência.

Paio Amado, um fidalgo da corte do Conde D. Henrique tornou-se monge chegando a ser o frei responsável pelo mosteiro do Monte São Miguel em Portugal.
No vale próximo da ermida ele e outro noviço viram uma grande claridade e foram atrás. Depois de andar duas noites encontraram a imagem de Nossa Senhora em uma pedra que brilhava. Geólogos disseram depois que era de calcário poliemorado do século IV. Amado e o noviço levaram a imagem para o mosteiro e logo apareceram devotos.
Ficou conhecida pelas graças alcançadas dos que invocavam seu nome e porque muitos devotos de sua santidade faziam seu culto numa abadia. Comemorando no dia 15 de agosto, sua assunção ao céu. Gente de todas as classes sociais, invocam sua proteção em momentos de agonia e aflição sempre recebendo em troca sua ajuda e consolo. Esta fama atravessou o Atlântico e chegou até Água Suja onde uma quantidade grande de garimpeiros que ao lavarem o cascalho para acharem os diamantes sujavam a água do Rio Bagagem.
Mais tarde mudou de nome (Com certeza não foi um poeta que a batizou e é pena que poeta não se encontre para crismá-la dando outro nome - Maria Damasceno). Em 1938 passou a ser chamada de Romaria em função das inúmeras romarias de todos os quadrantes do estado e até de fora dele que visitam o santuário para as orações e promessas.
Nossa Senhora d’Abadia no Memorial da América Latina
Uma pequena imagem de Nossa Senhora da Abadia, doada por Carmelina Freitas (nascida em Água Suja) fará parte da exposição de imagens de santos, santas e padroeiras de várias partes do Brasil que será montada no Memorial da América Latina, em São Paulo. Isto, por si, é uma boa história e o que vem a seguir é um verdadeiro milagre: Em que circunstâncias a imagem de Nossa Senhora da Abadia chegou até o Memorial.

Maureen Bisilliat e a imagen doada pela Carmelina
Estou desenvolvendo o projeto em que uma equipe de cinco duplas de repórter/fotógrafo fará reportagens em Cuba, no início de 2009, nos 50 anos da revolução cubana.
Nos encontros e agendamentos para obter apoios ao projeto fui até o Memorial da América Latina para uma primeira reunião com a Maureen Bisilliat - curadora do Pavilhão da Criatividade. Fiz uma rápida apresentação e ela adotou o projeto agendando naquele mesmo instante uma reunião com a Leonor Amarante editora da Revista Nossa América que também abraçou a idéia sugerindo a publicação de uma edição especial.
Nas conversas finais Maureen comentou, mostrando algumas imagens de santos e santas, que está em andamento uma exposição com o eixo temático dedicado aos santos e padroeiras do Brasil. Contei rapidamente a história de Nossa Senhora da Abadia de Água Suja. Ela ficou encantada e prometi uma imagem da santa para fazer parte da exposição.
Falei com meus irmãos de Belo Horizonte que, como eu, nasceram em Água Suja, procurando saber como conseguir uma imagem. Primeiro falei com o Renato e depois com a Carmelina que disse ter uma imagem já benta e faria a doação enviando-a pelo correio ao Memorial.
Depois de várias reuniões, pesquisas, orçamentos e o design para finalizar o conteúdo do projeto, voltei ao Memorial para um encontro com Fernando Leça que é o presidente. Quando eu e Rebeca entramos na sala da Maureen acabava de chegar uma embalagem enviada pelo Sedex com a imagem que a Carmelina tinha doado. Junto de um carinhoso bilhete e a oração da Nossa Senhora da Abadia. Maurren abriu a caixa admirando a beleza das cores do manto e da imagem. Disse pra Maurren: Olha como ela é milagrosa! Chegar exatamente no mesmo momento em que cheguei. Falamos de sincronicidade.
Em um pequeno altar, junto com vários outros santos (quem sabe um concílio inesperado) Nossa Senhora da Abadia aguarda, na sala do pavilhão, pelo momento de ser vista por muita gente na exposição dedicada aos santos.
Uma ótima notícia. Nosso projeto Cuba: ayer, hoy e syempre foi aprovado pelo presidente do Memorial. Milagre?
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Varrendo flores

terça-feira, 23 de setembro de 2008
De Assis Brasil a Guajará Mirim - Parte 2

Dormimos em redes na sala e na varanda da Escola Chico Mendes. O som da noite, depois da novela Pantanal, é o de uma filarmônica de insetos, sapos e aves noturnas. Nesta harmonia dormi e acordamos às 4 da manhã. Um rápido café de campanha. Em duas caminhonetes 4x4 fomos deslizando pela estrada até Assis Brasil. Um pen drive levava para as caixas músicas caipiras brasileiras e a Cumbia. Cúmbia é a musica típica da Colômbia. Surgiu nos guetos das grandes cidades colombianas.
Malas, mochilas, lap tops, tripé, câmeras e equipamento de transmissão de e-mails via satélite com conexão com a internet dividiam o espaço das carrocerias. Quem tinha este sistema de transmissão via satélite era o Joshoa, jornalista do Washington Post que, depois de ler e enviar seus e-mails, emprestava sua conexão para o Steffano mandar suas resenhas para o jornal Corriere della sera, na Itália.

Em algumas subidas e descidas a caminhonete era traçada e reduzida, mesmo assim balançávamos na pequena camada de lama da chuva. Nas carrocerias tinham bancos de madeira, tipo pau-de-arara e vinham assentados os jornalistas e o pessoal da WWF. Pela estrada encontramos uma família de índios que iam até Assis Brasil para – segundo o motorista, fazer pequenos roubos e coneguir alimentos. Claro que esta é uma visão reduzida da capacidade dos índios.
Novamente em Assis Brasil. No alvorecer daquela manhã azulada uma menina vinha pela rua trazendo num saco plástico os pães para o café da manhã. Alguns metros ao lado da pousada o Rio Acre faz a divisa do Brasil com o Peru.
Assis Brasil - AC
Camisinhas e Álcool.
Na beira da Estrada do Pacífico, perto de Xapuri foi construida a primeira usina de álcool feito de cana naquele Estado. Ainda em fase de testes. Estão chegando! Alguns quilômetros adiante a fábrica de preservativos Natex. Ambas, usina e fábrica, aguardam a homologação de alguns papéis como também os acertos e acordos políticos necessários para sua inauguração. No Aeroporto de Rio Branco embarcamos no mesmo avião monomotor com destino a Porto Velho-RO. Ricardo e Rosineide somaram ao nosso grupo. Rosineide (Neidinha) fez mestrado em Historia da Arte em Campinas. Votou pra Rondônia para trabalhar na FUNAI com os índios isolados para desconfiança e descrença dos marmanjos que achavam que aquela atividade era só para homens. Descontente com oscaminhos da FUNAI fezdenuncias e foi demitida. Ricardo é um nervoso defensor da floresta. O monomotor nos esperava no aeroporto sem janela e porta. Fui sentado e amarrado pelo cinto de cintura e do toráx. De vez em quando me dava um pouco de medo. Mas o encantamento com a paisagem da floresta intocada afugentava estes pequenos fracassos. O percurso em linha reta demorava uns 50 minutos. Nossa viagem demorou 2,30h para ver e fotografar os estragos das diversas reservas e parques indígenas e algumas belesas: fogo, fumaça, derrubada, corte e transporte de madeiras. Chegamos em Guajará Mirim num aeroporto vazio. Ao lado de um pequeno destacamento da força aérea ficava o saguão do aeroporto. Lixo, portas arrombadas ninguém para atender. Faltam letras no luminoso de identificação do aeroporto.
Outra van, desta vez menor, nos acolheu entupindo todos os seus espaços e fomos para o Hotel Mini Estrela a poucos metros da divisa do Brasil com a Bolivia. Fiquei no saguão do hotel tratando as fotos deste trajeto e aproveitando o conhecimento do Ricardo para a identificação delas. Almoçamos no quilo do restaurante ao lado do hotel com algumas especiarias árabes. Rango rápido e fomos para a aldeia dos Waren Xjein na Reserva Lage. Vivem em casas de madeira.
O assoalho fica um metro acima do chão (para dispersar o calor). O teto é de folhas de coqueiros. Mantêm hábitos antigos do ritual da morte e do casamento. No fundo das casas antenas parabólicas os conectam com o mundo, via TV. Criam uma anta em um pequeno curral que fica sempre com a porta aberta. Ela fica uns dias na aldeia e depois volta pra floresta. Passa outros dias na floresta e retorna para a aldeia. Um queixada é o animal de estimação de um jovem.
Na escola da comunidade as lideranças, alertadas pelo sino tocado pelo chefe de posto da FUNAI, se dirigiram para lá.Se acomodaram em carteiras estudantis dispostas em frente a várias cadeiras onde se alojaram os jornalistas e alguns índios: adultos, crianças e jovens mães com seus maridos e bebês.
Depois de uma breve apresentação de cada um deles, jornalistas e índios, começou a entrevista coletiva.
A represa que vão construir na Cachoeira do Jirau – Rio Madeira, vai alagar parte do território indígena. Negociam, com o apoio de ONGs e lideranças políticas, uma forma de receber royalties e indenizações. Querem continuar ensinando sua língua nas escolas e manter os hábitos ancestrais.
Fim de tarde, fim de entrevista e da visita. Algumas índias trouxeram cestos de tucum que fizeram e venderam para os jornalistas. Comprei um. Lindo!
No crepúsculo passamos pelos pastos que já foram florestas com alguns poucos coqueiros babaçu. Voltamos para Guajará Mirim. A cidade se preparava para festejar o dia da independência do Brasil. Na noite da véspera do dia 7 de setembro desfilam as fanfarras. Palanques, quiosques e barracas ficam apinhados de gente que aproveitam o dever cívico e o associam ao prazer de um passeio noturno. Na manhã seguinte a cidade estava preparada para a parada do 7 de setembro. Em frente do Hotel Mini Estrela carros do corpo de bombeiros se perfilavam atrás dos carros do GOPE. Um trânsito frenético de jovens uniformizados de vários colégios, inclusive alunos de Gobija a vizinha cidade boliviana. É tradição virem desfilar no Brasil e vice-versa nas principais datas cívicas.
De Guajará Mirim até Brasília foram 8 horas de vôo com escalas em Porto Velho e Rio Branco. No final da tarde descemos em Brasília. Na capital da esperança. A conecção para São Paulo foi estressante. A despedida dos outros jornalistas foi alí na esteira onde pegamos as nossas malas e subimos correndo para embarcar no vôo para São Paulo. Chegamos no check in 3 minutos antes de fechar. Descemos em São Paulo perto das 22h de saco cheio de ter comido barras de cereais e bebido sucos durante todo o percurso feito nos aviões da TAM. Que falta de criatividade dos nutricionistas da empresa aérea.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
De Assis Brasil até Guajará Mirim (Acre e Rondonia) Parte I


Rio Branco - Xapuri
Na manhã do dia seguinte no caminho até o escritório eu e o jornalista Hans Heijt (holandês), passamos pelo parque de Rio Branco - AC e vimos uma jovem mãe apanhando folhas de seringa caídas no chão e perguntei para o que servia. Ela disse que era contra inflamações e prevenia contra o câncer.
No escritório Claudio Maretti, superintendente da WWF Brasil, fez uma apresentação dos objetivos da expedição apresentando mapas, estatísticas e resultados. No meio da tarde embarcamos em um monomotor, com assento para 12 pessoas - sem uma das janelas - para que as fotografias e a filmagem não tivessem a interferência do acrílico. Reencontrei o cineasta Waldir Pina de Barros que fazia a filmagem deste vôo.
Castanheira isolada em pasto
Decolamos para Xapuri (terra do lendário seringueiro Chico Mendes e de muitos outros anônimos) com algumas voltas e vôos rasantes pelo percurso. Fui fotografando a floresta, rios, fazendas, derrubadas e as queimadas com o seu tufo de fumaça. Uma sensação estar sendo privilegiado pela vida: olhava, enternecido, a floresta e tentava entender o por quê. Os tantos porquês.Elenira Mendes - Filha de Chico Mendes
Livros de Chico Mendes
Em Xapuri Elenira Mendes, filha do Chico Mendes, concedeu uma entrevista coletiva. Bruno Taitson fez a tradução. O encontro foi na sala principal da Fundação Chico Mendes decorada de objetos pessoais, fotos, títulos, medalhas e troféus conquistados pelo herói da Amazônia. Elenira contou detalhes do assassinato do seu pai e as propostas da fundação instalada em um novo prédio com sala de exposição, sala de leitura e auditório. Fica na esquina em frente da casa onde viveu o legendário seringueiro. Costumo comparar Chico Mendes a Tiradentes – com as devidas distâncias no tempo e no foco das reivindicações.
Depois do almoço fomos de van para Brasiléia, divisa do Brasil com a Bolívia.
Brasiléia - AC
Em Brasiléia visitamos a Cooperacre – Cooperativa de Comercialização Extrativista do Acre. Tem uma polêmica da região. Durante muito tempo a deliciosa castanha produzida pela árvore Bertholletia excelsa. O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet. A árvore é conhecida como castanheira e produz a Castanha do Pará. Os catadores dos outros estados amazônicos reclamaram do nome “Castanha do Pará” por que a castanha não é produzida apenas no estado do Pará. Mudaram o nome para Castanha do Brasil. Agora os extrativistas da Amazônia boliviana e peruana reclamam do nome. Querem mudar para Castanha da Amazônia. Quem viver verá. A comercialização e a produção de castanha foi muito boa na safra de 2007 e faziam a capina do terreno ao lado do armazém para um futuro galpão. A armazenagem da castanha tem que ser feita com madeira porque se for feita em alvenaria a castanha apodrece.
Folha de latex FDL
Reserva Chico Mendes, Noroeste de Brasiléia AC
Fomos de Van.
Dentro da Comunidade São Pedro, na colônia Cumaru, o doutor da borracha desenvolve um projeto de fabricação artesanal de mantas de látex sem ser defumada. A tecnologia FDL (*) foi desenvolvida pela UnB (Universidade de Brasília) e o Doutor da Borracha – João Rodrigues de Araujo, como é conhecido o fabricante das mantas, bandeiras e sapatos feitos com látex laminado. Para presentear os jornalistas foram encomendadas bandeiras da Holanda, Itália e Estados Unidos. Não deu tempo para o doutor finalizar a encomenda e assistimos o manuseio do processo de laminação de uma pequena manta feita em minutos a partir de uma colheita recente de “leite” de seringueira. Improvisou um marcador comum com um garfo e descobriu que cortando duas mantas juntas com tesoura elas se colam. A mesa é a tampa de uma caixa d´água, feita de fibra de vidro “Não é adequado mas resolve o problema” afirma, orgulhoso, o doutor da borracha.
(*) SEM DEFUMAÇÃO – A folha de borracha produzida de acordo com a técnica alternativa recebe o nome de Folha de Defumação Líquida (FDL). O látex colhido da seringueira é coagulado com o uso de ácido pirolenhoso, subproduto da carbonização da madeira, que já incorpora ácidos e alcatrões. A secagem da FDL é feita em temperatura ambiente, ao ar livre, dispensando a fase de defumação. Isso livra o seringueiro da exposição excessiva à fumaça e melhora sua qualidade de vida.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Comunidade do Lage - Etnia Oro Waram Xijein

quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Sobrevivente
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Churrasco Grego
Conversando com o senador, meu colega aqui na câmara, falávamos do churrasco grego e que o Jô Soares tinha dito em um dos seus programas que gostava. Não é tão mal.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Bolsa de Arte


http://www.bolsadearte.com/fotografia/inicio.html
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
19 anos sem o Raul

Um grupo, no alto da escadaria, cantava músicas do Raul e outras pessoas circulavam alegres. Ao meu lado rolou um baseado, vinhos baratos, cerveja e descontração. Michel Pedro Raul Seixas (este da foto com chapéu e óculos) lançava seu manifesto, pelo voto nulo.
Passeata Raulseixista
Não é só o mês do cachorro louco,
ou o mês do desgosto, com toda certeza,
É o mês do maluco beleza.
O mês dos raulzitos e das raulzitas
no meu ponto de vista. (...)
Nada se acabou tudo se transformou.
Não tenha medo, você é o seu governo.
Pra aqueles que já se esqueceu você é o
Próprio deus.
Não desista, não fique nesta indecisão, aja
com sensatez tente, outra vez.
Seja raulxeixista Raul era anarquista.
Não fique em cima do muro, vote nulo (...)


Continuei minha caminhada fotografando a arquitetura em volta do Viaduto do Chá até a Câmara dos Vereadores.

terça-feira, 5 de agosto de 2008
Embrulho

O que vocês estão vendo aí não é lixo. É um individuo dormindo em frente ao antigo prédio do Estadão, na esquina da Av. São Luiz com a Rua da Consolação, centro de São Paulo. A seta de direção única aponta para os transeuntes aquele monte no chão. Pela forma do volume é gente embrulhada em um pano verde que muitos atribuem ser a cor da esperança. Qual, como, quando e onde? Que futuro tem este individuo? Não sei dizer. Mas mostro aqui para que, além de mim, alguns vejam e quem sabe se mexam um pouquinho na cadeira e tenham uma micro partícula de solidariedade.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Centrão - Sampa

Estou aqui no centrão de SP fotografando as atividades da Casa do Povo. Hoje dia 4 de agosto rolou o projeto de integração dos novos funcionários e uma sessão solene para celebrar o dia do Seicho-No-Ie. O fundador Masaharu Taniguchi diz: “por maiores que sejam os estrondos das trovoadas, não conseguem destruir o céu azul que permanece por trás das nuvens” É uma filosofia do otimismo. José Adailton de Oliveira falou da alegria e do aqui e agora: "Eu posso". Foi muito aplaudido. Eles são pra cima.
A primeira foto que fiz foi uma noturna da casa que abriu o novo site. No dia seguinte o Douglas Mansur recebeu o título de cidadão paulistano. Ele se dedica a fotografar os movimentos sociais há muitos anos. Já foi padre e agora faz suas pregações através da imagem. Enquanto isso, nas idas e vindas de minha casa, vou fotografando o caminho, a arquitetura e luzes do início da noite.
Por incrível que pareça encontro sempre algum conhecido. Outro dia encontrei a produtora Ana Paula que estava indo passear em Tapes, no Rio Grande do Sul. Já voltou e me ligou dizendo que encontrou o Silvio Rebelo – meu amigo dos tempos que morava na Bahia (anos 70). Disse que ele está com um ateliê lindo.
Na noite de sexta-feira encontrei o cartunista Laudo e numa tarde o curador Diógenes Moura. Daqui há pouco vou encontrar a mulher maravilha ou algum replicante do filme Blade Runner (O filme relata como um ex-blade runner - Deckard - é levado a voltar à ativa para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima). Composta pelo grego Vangelis é uma das mais lindas trilhas sonoras da história do cinema.
terça-feira, 29 de julho de 2008
Natália Flaubert de Acuruí

Douglas Diegues: Samba gonzo (inusitada mescla de Noel Rosa com Hunter Thompson).
Hoje à noite, depois das 22h, na Mercearia São Pedro - Vila Madalena em São Paulo, vou lançar o meu primeiro livro: Natália Flaubert de Acurui. Editado artesanalmente - Made in Paraguay, pela YiYi Jambo – Colección de poesia y narrativa sudaka-transfronteiriza “Abran Karajo!" A capa é feita com papelão reciclado e pintado por El Domador de Yakarés. O projeto é apoiado por Eloisa Cartoneira, de Buenos Aires.
São poucos exemplares pois conseguimos imprimir o primeiro às 18,50h. Douglas passou a noite traduzindo para o Portunhol Selvagem. Da sua criação diz: Portunhol é igual a papai e mamãe. Já o portunhol selvagem é suruba-kamasutra. Ouvi esta história na casa da tradutora Aurora Bernardini, degustando vinho de Mendoza e histórias literárias.

Como a notícia saiu em cima da hora, se puderem apareçam.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
El domador de jacaré

El Domador de Jacaré.
"Jacaré é semelhante ao ser humano
tem os três venenos no coração
rancor, cobiça e ignorância.
É mais fácil domar um jacaré do que domar o ser humano”
texto publicado no livro “Caballeros solitários rumo ao sol poente” do Xico Sá.
Douglas Diegues o Portunhol Selvagem veio junto.
Eles vão lançar hoje à noite na Mercearia São Pedro
(início da Rua Rodésia na Vila Madalena -São Paulo) os lívros
El astronauta Paraguaio do poeta fronteiriço Douglas Diegues e Uma gotita de amor jamais te deixará en bola do El domador de jacaré (A.G.).
São livros escritos em portunhol selvagem onde se mesclam os gêneros conhecidos e desconhecidos da literatura paraguaia ou triple fronteira.
Os livros integram a coleção de poesia e narrativa Sudaka-transfronteiriça Abran Karajo. Editados na capital paraguaia, com apoio da Eloisa Cartonera de Buenos Aires.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Samuca

terça-feira, 22 de julho de 2008
Umbigo da Vila Madalena


terça-feira, 15 de julho de 2008
Serra da Tormenta

Em Carmo do Rio Claro – MG o ponto mais alto é a Serra das Tormentas. Não é todo mundo da cidade que sabe o porquê do nome. Quem me esclareceu foi Dona Claudete, mãe do fotógrafo Renato Soares. “As chuvas que vinham do lado da serra eram intensas, com raios e trovões seguidos de tormenta. Daí o nome”.
A cidade fica no sul de Minas nas proximidades da represa de Furnas com muitos cafezais ao redor. Vadeco e um senhor que mora na área rural da cidade não tem as pernas. De vez em quando ele monta na sua mula e vai passear pela cidade. Só desmonta quando volta pra casa. Em casa se movimenta com cadeira de rodas.
A família do Renato Soares é muito generosa e unida. Moram numa grande área, como uma vila. Seu irmão Junior tem uma tecelagem muito concorrida. Seu pai, Jair Soares, é candidato do PV a Câmara Municipal. Sugerimos algumas ações políticas para sua campanha. Vou torcer pra sua vitória e quem sabe voltar lá.
Renato está mudando pra Carmo do Rio Claro porque se cansou de São Paulo, quer uma vida menos estressante e fomos juntos de São Paulo até lá. Meu filho Manuel passou uma semana com o Leonardo, seu filho, e fui buscá-lo. Tomamos cachaças, cervejas, conversamos com os freqüentadores do bar Panela de Ferro, administrado pelo Wagner que há pouco tempo virou dono de bar. Ali tem todas as características de uma universidade livre onde os “alunos e mestres” dissertam seus problemas, aspirações e estudos do comportamento humano.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Bambu, Bambusa Bambual

São dois blocos. Em um deles estão 10 imagens numeradas e certificadas para venda, com preços bem acessíveis. No outro bloco são três fotografias em grande formato.
Uma delas foi feita em parceria com o fotógrafo Marcelo Lerner que desenvolveu uma técnica de fazer fotografias de pontes, paisagens usando um chassi 4x5”quee varre a imagem em linhas laterais e verticais. Às vezes somam 56 fotografias. Depois ele monta estas tantas imagens no computador criando uma única fotografia. As outras duas fotografias no formato 0,90 x 1,30 m são tramas – fotos trançadas.

Tobias mai é o curador e escreveu este texto
Bambu, Bambusa, Bambual
Juvenal Pereira descobriu a paixão pelo Bambu em uma de suas primeiras reportagens, perto de Belo Horizonte, em uma entrevista para a revista “A Cigarra” com a educadora Helena Antipoff. Ao longo de duas décadas, fotografou e documentou o Bambu, o que resultou em inúmeras imagens que selecionamos e reunimos para esta exposição.
Alguns trabalhos são predominantemente estéticos, usando o bambu para enxergarmos o que não vemos na correria dos tempos, enquanto outros nos trazem a visão do artista do seu lado foto-jornalístico, com os contos que o bambu nos conta e como colocamos o bambu na nossa história.
O primeiro grupo, macroscópico, mostra o início do ciclo da vida, a semente, o broto e a água como essência principal.
O segundo grupo apresenta o bambu maduro, interagindo em seu habitat com plantas, musgos e fungos, com suas marcas do tempo. O terceiro grupo mostra o bambu maduro, forte no solo, porém com as marcas das mãos do ser humano em seu corpo e, num segundo momento, levado pelo tempo, pela enxurrada, pelo rio que se forma. O quarto grupo finaliza com o bambu como matéria-prima para o ser humano. As mãos, simbólicas no grupo anterior, aqui se apropriaram da matéria-prima, construindo abrigos e casas, fazendo cestos para o dia-a-dia.
A “Moita de Bambu” nos sombreia em sua majestade e nos impressiona com sua densidade, misteriosa ela balança ao vento, parecendo mais do ar do que da terra. E as tramas, por sua vez, associadas à arte de tecer o bambu são usadas, abstraindo a imagem, o retrato, e assim criam paralelos com os pixeis da fotografia digital.
O monje e o tronco do jequitibá

Kogen passou uma temporada no mosteiro de Mogi das Cruzes, depois em São Paulo e foi para o Japão estudar o Zen onde se ordenou monge. Lá fez curso de esculturas com um grande mestre. Leia mais em http://caxiuna.blogspot.com/2007/09/kanzeon-de-11-faces.html
Na semana passada fui visitá-lo. Ele traduziu o Haikai que o poeta Ademir Assunção fez para a exposição Bambu, Bambusa, Bambual e também fez a caligrafia dos ideogramas em kanji. Ambos vão estar na Galeria Edição Pocket que inaugura no próximo sábado.
A escultura Kanzeon de 11 faces já está adiantada com perspectivas de mais 1 ano de trabalho para finalizá-la.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Manacá florido
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Nicolas Behr e a Laranja Seleta

Nicolas vive em Brasília. Nos anos 70 ele vendia de mão em mão suas poesias em pequenos livros mimeografados. Yogurt com farinha foi um deles. Foi preso, causou polêmica e muita admiração. Muitos outros livros vieram depois.

segunda-feira, 16 de junho de 2008
Primeiro sonho de Calvino

Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata. Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição. Ainda no ar alcança os sapatos. Primeiro, o direito: calça-o; depois, o esquerdo. No ar, enquanto cai, tenta encontrar a melhor posição para apertar os atacadores. Com o sapato esquerdo falha uma vez, mas volta a repetir, e consegue. Olha para baixo, já se vê o chão. Antes, porém, a gravata; Calvino está de cabeça para baixo e com um puxão brusco a sua mão direita apanha-a no ar e, depois, com os seus dedos apressados, mas certeiros, dá as voltas necessárias para o nó: a gravata está posta. Os sapatos, olha de novo para eles: os atacadores bem apertados; dá o último jeito no nó da gravata, bem a tempo, é o momento: chega no chão, impecável.
sábado, 14 de junho de 2008
Kota Kinutani

A presença do príncipe herdeiro na cerimônia de inauguração será a grand finale de uma história que teve início em 2003, quando Kota Kinutani chegou ao Brasil para o curso de pós-doutorado em escultura, na Universidade de São Paulo.
Em 2005 criou o monumento que, a seu ver, exprimisse os valores de coexistência pacífica e co-prosperidade entre os povos. Adotou, como conceito básico, uma mandala formada por ‘peças’ representativas dos continentes: Ásia, África, Américas, Europa e Oceania. Essas esculturas circundariam uma peça central (o coração) que representaria o Brasil, ou seja, um país que recebeu imigrantes de todo o mundo.
Foi assim que nasceu a proposta do escultor japonês Kota Kinutani, de 34 anos, para a comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.
No Japão, escolheu o granito Inada, original da província de Ibaraki, extraído de uma das pedreiras mais tradicionais do país. Basta dizer que ela é explorada há mais de 130 anos
No Brasil, em Sobral, no Ceará, encontrou o bloco da pedra que idealizara: granito Red Dragon, de cor avermelhada com pontos acinzentados.
Os anos de 2006 e 2007, para Kota Kinutani e equipe, foram de atividades intensas, iniciando com a campanha de captação de recursos financeiros e de execução do projeto artístico.
Inscrito como um dos projetos do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Monumento Comemorativo – que foi doado pelo escultor japonês à cidade de São Paulo – foi escolhido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para ser colocado no Parque do Carmo, na zona leste da Capital, cuja instalação conta com apoio da Prefeitura Municipal.
No Japão, as seis esculturas, que pesam cerca de 100 toneladas, foram finalizadas, embaladas e colocadas em containers para serem transportadas ao Brasil. O navio com as obras partiu do porto de Yokohama no dia 14 de fevereiro deste ano e chegou ao porto de Santos em 15 de março, ocasião em que foram transportadas para o armazém da empresa Cragea, em Suzano.
Nesse meio tempo, Kota Kunitani veio ao Brasil para iniciar a etapa de produção com a pedra brasileira. Do Ceará, o bloco de rocha com 55 toneladas foi transportado para o Parque do Carmo, onde o escultor montou seu ateliê-oficina.
De acordo com o cronograma, nos próximos dias serão iniciados os procedimentos para a instalação definitiva das esculturas. Uma operação extremamente delicada e custosa que, além de demandar obras civis especiais para suportar o peso das esculturas (cerca de 130 toneladas), necessitará de caminhões e guindastes para carregamento e descarregamento.
Kota Kinutani, graduado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nippon, em Tóquio, em 1996, tornou-se o primeiro doutor em escultura pela conceituada Universidade Nacional de Belas Artes de Tóquio. Fez o seu curso de pós-doutorado na Escola da Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo entre 2003 e 2004.
Desde 1992, tem participado de diferentes projetos artísticos e estudado em diversos locais do Japão e do exterior. Realizou mostras individuais e coletivas e tem obras no acervo permanente de várias instituições do Japão e de Portugal.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Moita de Bambu

O arquivo final ficou com 1,8G em uma imagem PSD. Depois flatiou (achatou) em uma única imagem e caiu para 200MB.
Na próxima semana esta fotografia vai estar exposta na mostra Bambu, Bambusa, Bambual “Edição Pocket”, galeria da Insign.