Obstinação foi a palavra que possibilitou nossa aproximação e conhecer o universo íntimo de Adriana a “Marilia de Dirceu”. Desde 2005 Adriana incorpora e se veste como a personagem da Inconfidência Mineira, passeando pelas ruas centrais de Ouro Preto com roupas de época. Marília de Dirceo é a obra poética mais conhecida do ouvidor e poeta Tomaz Gonzaga. Foi publicada em Lisboa -1792, quando o inconfidente partira para o exílio em Moçambique. É dedicada à sua noiva Maria Dorotéa Joaquina de Seixas.
O encantamento de Adriana por Marília ocorreu nas primeiras aulas de história do Brasil no capítulo da Inconfidência Mineira. “Fiquei emocionada e tocada pela intensidade do movimento político que ocorreu em Vila Rica”. Desde então a trajetória da carioca (de Copacabana) Adriana Silva de Andrade Souza se desenrolou como o passar de páginas de um livro.
Filha de pai diplomata e bancário,mãe bailarina, Adriana teve uma educação refinada. Estudou ballet clássico desde os três anos de idade, somando a seu repertório educação corporal e outras formas de dança: moderna, folclórica e flamenca. Estudou piano e teoria musical. Em Juiz de Fora frequentou parte do curso da Faculdade de Bioquímica na Universidade Federal. Fascinada por Ouro Preto, transferiu sua matrícula para a faculdade de Farmácia em 1977, mesmo ano em que fundou a primeira escola de ballet clássico da cidade “La prima Ballerina”, com mais de três mil alunos no seu curriculum.
“Marília de Dirceo”
Espiritualista, Adriana quase tem certeza que participou de algumas das reuniões dos inconfidentes dizendo que por isso coube a ela retratar a história através do vestuário, palestras e cafés literários em sua casa-museu na Rua Getúlio Vargas na Vila Rica (Ouro Preto). Transferir, re-viver a história de uma das personagens da inconfidência faz com que todos os dias faça reverências a estes personagens na Capela dos Santos Anjos que fica no porão de sua casa-antiquário com móveis e objetos da época. “Todos funcionam”, diz orgulhosa. Na parede ao lado a bandeira de Minas Gerais e um pôster de Tiradentes criam outro ambiente de reverência. “Em Ouro Preto todos contam a história da arquitetura do século XVIII e poucos dão importância para a história vivida. Cabe a mim esta tarefa e faço isto por gratidão a estes maravilhosos personagens.”
Lágrimas descem dos seus olhos ao se referir ao pouco caso com que é tratada pelos produtores culturais de Ouro Preto. “Nunca me chamaram para nada. O que me impulsiona a continuar neste trabalho são as homenagens que recebo quando faço palestras e também o aplauso dos turistas que vêm a Ouro Preto.”
Na casa antiquário Adriana espera pelo Dirceu
Sua casa tem nove cômodos com objetos e utensílios do século XVIII. É considerada como tendo o maior acervo particular da cidade. Todos os objetos têm a origem documentada e foram adquiridos no Rio de Janeiro e São Paulo. Camas francesas, móveis com tampo de mármore Carrara, a réplica de um telefone usado por D Pedro II e que funciona. E uma Maria Chiquinha – móvel do século XVIII utilizado para a higiene corporal. Fora os móveis Luiz XV, binóculos franceses e sombrinhas que ela constrói e estão dispostos entre outras preciosidades. No guarda-roupa, mais de 50 vestidos prontos para o uso “lavados e engomados”, idealizados por ela e confeccionados aa principio pela costureira Maria Monteiro, que mora no vizinho bairro do Pilar e atualmente são feitos pela modista Noézia. Estes vestidos podem ser alugados para que pessoas (adultos e crianças) possam ser fotografadas como se fossem daquela época.
Diferente do tratamento dado pelos promotores culturais de Ouro Preto, Adriana , a Marília de Dirceu fez palestras em várias cidades, recebeu homenagem em São João Del Rey e Tiradentes e espera a chegada de um Dirceu que, de preferência, venha numa carruagem pelas ruas de Vila Rica, a leve ao altar e revele:
O encantamento de Adriana por Marília ocorreu nas primeiras aulas de história do Brasil no capítulo da Inconfidência Mineira. “Fiquei emocionada e tocada pela intensidade do movimento político que ocorreu em Vila Rica”. Desde então a trajetória da carioca (de Copacabana) Adriana Silva de Andrade Souza se desenrolou como o passar de páginas de um livro.
Filha de pai diplomata e bancário,mãe bailarina, Adriana teve uma educação refinada. Estudou ballet clássico desde os três anos de idade, somando a seu repertório educação corporal e outras formas de dança: moderna, folclórica e flamenca. Estudou piano e teoria musical. Em Juiz de Fora frequentou parte do curso da Faculdade de Bioquímica na Universidade Federal. Fascinada por Ouro Preto, transferiu sua matrícula para a faculdade de Farmácia em 1977, mesmo ano em que fundou a primeira escola de ballet clássico da cidade “La prima Ballerina”, com mais de três mil alunos no seu curriculum.
“Marília de Dirceo”
Espiritualista, Adriana quase tem certeza que participou de algumas das reuniões dos inconfidentes dizendo que por isso coube a ela retratar a história através do vestuário, palestras e cafés literários em sua casa-museu na Rua Getúlio Vargas na Vila Rica (Ouro Preto). Transferir, re-viver a história de uma das personagens da inconfidência faz com que todos os dias faça reverências a estes personagens na Capela dos Santos Anjos que fica no porão de sua casa-antiquário com móveis e objetos da época. “Todos funcionam”, diz orgulhosa. Na parede ao lado a bandeira de Minas Gerais e um pôster de Tiradentes criam outro ambiente de reverência. “Em Ouro Preto todos contam a história da arquitetura do século XVIII e poucos dão importância para a história vivida. Cabe a mim esta tarefa e faço isto por gratidão a estes maravilhosos personagens.”
Lágrimas descem dos seus olhos ao se referir ao pouco caso com que é tratada pelos produtores culturais de Ouro Preto. “Nunca me chamaram para nada. O que me impulsiona a continuar neste trabalho são as homenagens que recebo quando faço palestras e também o aplauso dos turistas que vêm a Ouro Preto.”
Na casa antiquário Adriana espera pelo Dirceu
Sua casa tem nove cômodos com objetos e utensílios do século XVIII. É considerada como tendo o maior acervo particular da cidade. Todos os objetos têm a origem documentada e foram adquiridos no Rio de Janeiro e São Paulo. Camas francesas, móveis com tampo de mármore Carrara, a réplica de um telefone usado por D Pedro II e que funciona. E uma Maria Chiquinha – móvel do século XVIII utilizado para a higiene corporal. Fora os móveis Luiz XV, binóculos franceses e sombrinhas que ela constrói e estão dispostos entre outras preciosidades. No guarda-roupa, mais de 50 vestidos prontos para o uso “lavados e engomados”, idealizados por ela e confeccionados aa principio pela costureira Maria Monteiro, que mora no vizinho bairro do Pilar e atualmente são feitos pela modista Noézia. Estes vestidos podem ser alugados para que pessoas (adultos e crianças) possam ser fotografadas como se fossem daquela época.
Diferente do tratamento dado pelos promotores culturais de Ouro Preto, Adriana , a Marília de Dirceu fez palestras em várias cidades, recebeu homenagem em São João Del Rey e Tiradentes e espera a chegada de um Dirceu que, de preferência, venha numa carruagem pelas ruas de Vila Rica, a leve ao altar e revele:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela! (Tomaz Gonzaga)
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela! (Tomaz Gonzaga)
6 comentários:
Puro. Pela humanização dos humanos, por mais gentileza gerando mais gentileza. Abraço, grande Juva
Juva, temos o registro em video desse encontro, quando estiver pronto, te mando o link e você coloca em seu blog. Incrível Adriana, a Marília de Dirceu. Incrível sua dedicação que está muito bem revelada em suas palavras. Belo texto Juva!
Tive a oprtunidade de conhecer Adriana, recentemente em visita à Minas Gerais, ela "literalmente" veste Marilília, com uma sensibilidade tamanha, que emociona quem a assiste. Todos que tiverem a oportunidade, vá conhecê-la e principalmente divulgar esta arte viva, que não deixa nossa história passar em branco. PArabéns Adriana!!!
Valdinete- São Paulo
Adriana, te conheci hj como papai noel, e conversando pude conhecer o seu trabalho como Marilia de Dirceu. Parabéns, sucesso e que sua estrela brilhe para sempre.
Um grande abraço.
Sônia
A história só é transmitida quando temos pessoas com obstinação para contá-la .Adriana é uma dessas pessoas .Quando a conheci em 1977no curso de famácia em Ouro Preto,fiquei entusiasmado por sua dedicação aos personagens que ela através de sua dança nos fazia reviver."ADRIANA É GENTE QUE FAZ";e faz a diferença.
Foi muito bom revê-la através da reportagem exibida pela Rede Globo dia 16/01/11. Minha mãe Da. Nair ficaria muito feliz de vê-la totalmente realizada, se viva estivesse. Abraços- André Scaramuzzi
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