sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

De volta a Sampa

Pirinopolis - GO

Praça da Alimentação da Folia de Reis de Romaria (Água Suja-MG)

Esplanada dos Minstérios sob o céu de Brasília

Da janela da casa do Eustáquio Neves em Diamantina - MG

Casa do Betão em Belo Horizonte

Romaria - MG (ex-Água Suja)

Férias. Trinta dias. Vinte deles on the road

Fui por Minas, Goiás e Brasília. De ônibus e caronas amigas. Fazendo fotos panorâmicas para o ensaio "olhar aberto"

Levei portfólio com algumas panorâmicas copiadas pelo Marcelo Lerner em papel de fibra de bambu e impressa com 10 cartuchos de cor. Desenhei e mandei constuir uma caixa de madeira para o transporte. Mostrei o trabalho para amigos e curadores.

Betão de Belo Horizonte achou que eu devia fazer uma bem grande e levar pro prefeito de Ouro Preto. Registrei.

A ceramista Inês Antonini deu algumas dicas para expor em Belo Horizonte.

Em Diamantina o fotógrafo Eustáquio Neves vai me apresentar a um de seus colecionadores. Eustáquio está construindo uma casa/ateliê. Tem planos de trazer artistas residentes para workshops, palestras, mostras de filmes. Sua casa, em final de contrução, fica no lado sul da cidade com uma vista que alcança até o Pico do Itacolomi.

Bernardo Magalhães, vulgo Nem de Tal, continua com a sua pousada “Pouso da Chica” Vale conferir. Serviço da melhor qualidade. E tudo começou com o pagamento da indenização dos direitos autorais depois de uma negociação de mais de 20 anos por uma foto publicada indevidamente pelo Metrô de SP. Ficamos conversando full time e fazendo tour nas redondezas.

A passagem de ano sob uma leve garoa foi ouvindo o som singelo dos sinos das igrejas que por falhas da produção disputava com o samba - som amplificado, na Praça do Mercado - samba de boa qualidade. Podia ser um e depois o outro. Diamantina tem alguns problemas com o turismo. O Mercado Central um dos pontos mais procurados só funciona sexta-feira e sábado.
Ainda se acha diamantes para comprar. É só abrir uma conversa com qualquer morador. Logo-logo vai ter alguém vendendo.

Fui de carona até Brasília com a Janete Porto. Conhecedora de poesia e dos recursos naturais do Brasil. Me apresentou o poesia do Wilson Pereira "O que trago de Minas em mim é este sonho de subir montanhas e garimpar estrelas".

Em Brasília Marília, Nina e Lin foram os anfitriões. Nos divertimos muito. Nina inventava letras de música. Marília lembrava todas as letras. Lin tem uma casa super charmosa no lado sul, fora do plano piloto. Acho que vai rolar uma bela exposição das pans.

Estou trabalhando nelas com este propósito. Wagner Barja quer apresentá-las para pessoas de Brasília e que possam circular no exterior. Vou ter que fazer outra edição.

Meu querido amigo Luis Humberto, com movimentos reduzidos, mantém sua dignidade. Um pouco triste por esta limitação. Mostrei as pans e almoçamos juntos. Fui empurrando a cadeira de rodas. É a vida que vai se processando de alguma forma melhor para uns e mais dura para outros. La nave va.

Em Pirinópolis o turismo é mais animado que em Diamantina. Uma outra maneira.

A formação cultural das duas cidades sugere estas diferenças: Pirinópolis vem do final do ciclo do ouro e Diamantina do apogeu do diamante. Se apresentam de formas distintas.

Em Diamantina (quando o garimpo bombava) um dos garimpeiros chegou a ter três mil escravos. Na fazenda Babilônia perto de Pirinópolis chegaram a ter no máximo 0itenta escravos. A Fazenda Babilônia ganhou este nome pela diversidade de etnias e de aventureiros comerciantes do Brasil central que por lá passaram. A jovem mulher do dono da Fazenda Babilônia transou com o garboso capataz (o proprietário da fazenda passava meses viajando. A periquita coçou) a sogra ouviu o som do gozo noturno e foi conferir. Levou um tiro de garrucha. Vinte carroços de chumbos atingiram seu coração. O proprietário vingou e mandou seus escravos levarem o capataz para a cadeia de Pirinópolis. De tanta crueldade e torturas ficou no meio do caminho. Uma cruz marca o local.

No segundo domingo de janeiro de 2010 Água Suja, no Triangulo Mineiro, homenageava os Santos Reis com mais de quarenta folias (ternos) vindas de Patrocínio, Araguari (o melhor terno), Goiatuba... e mais dois grupos de folia agua-sujenses.

Foram abatidas quatorze vacas, mil quilos de arroz, trezentos e oitenta quilos de macarrão, quatro porcos, duzentos e sessenta quilos de feijão, cento e cinquenta voluntárias trabalhando por cinco dias e "uma tonelada de boa vontade" me disse Ivelise - coordenadora do almoço para os foliões. Todos que quisessem podiam comer de graça (0800 - como me disse o meu irmão Vitalino)

Encontro com os irmãos que vieram para a festa acrescentando informações da época que viveram lá. Em 1955 saí com 8 anos de idade. Ainda me lembro de algumas coisas daquela época.

Agora em Sampa. Vou chegando.

Anteontem tomei umas com o Jotabê no Genésio. No carro ouvimos músicas fantásticas do Roberto Carlos - anos 70.

Ontem fui na roda de fogueira da lua nova no Círculo da Pedra Azul. Minha amiga Eveli propõe uma nova consciência. Um novo Mundo. Durante o ritual da roda da fogueira fui insenssado com ervas, cravo e louro em agradecimento ao ano que passou e preparado para este.

Tô pronto pra começar o ano.

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