segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Sinais do Zen

Monge Kogen na Casa do Índio - Camburi

Neste final de semana fui com o meu filho Manuel (14 anos) e o monge (Zen) Kogen Gouvêia para minha casa no Sertão de Camburi. Conversamos e muitas reflexões sobre o Zen aplicáveis na vida prática. Passeamos, atravessamos o rio a pé,fomos para a praia, fizemos comidas e o título do livro que Kogen está escrevendo e vai publicar em breve -Sinais do Zen.

(trecho do livro)

" É claro que seria muito fácil despertar o iluminamento através do simples acúmulo de ‘informações’, mas, pelo contrário, a fonte do ‘Vazio’ é atingida através do esforço e do esvaziamento. Uma das características para o encontro da mente búdica é que ela não é obtida com pouco esforço ou leviandade. Até mesmo o ‘aqui e agora’ de que tanto falam é decorrente de muita atenção no Caminho. É um sub produto de práticas perfeitas; de absoluto controle da mente. A grande verdade é que a Iluminação fica situada em um território minado, e quem quiser chegar até ela, deve inspirar muita coragem de atravessá-lo. Com tantas ameaças nebulosas, muitos acabam fugindo, desanimando ou negligenciando a perseverança, mas não devemos temer a insubstancialidade.
O ‘Vazio’ transcende qualquer definição. Certa vez, o oitavo patriarca da China Sekito Kisen, que transmitiria a grandiosa linhagem direta do Tathagata para Yakusan Iguen, perguntou a seu discípulo:

“O que está fazendo aqui?”
“Não estou fazendo nada”, respondeu este.
“Se é assim, você está desperdiçando seu tempo.”
“E desperdiçar o tempo já não é fazer alguma coisa?” foi a resposta de Yakusan.
Sekito ainda o aguilhoou. “Você diz que não está fazendo nada; então, quem é esse que não está fazendo nada?”
Ao que Yakusan respondeu, “Nem o mais sábio pode responder”.
(Suzuki)
Enquanto Manuel pegava ondas em boa parte das tardes (ele foi batizado no mosteiro Zen Morro da Vargem), nós dois andávamos pela praia, ocupados neste maravilhoso exercício humano que é conversar.

Manuel na praia da Baleia

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