Prateleiras - Pico das Agulhas Negras
Às 4 da matina do dia 17 de julho saímos eu e o monge Kogen (Zen Budista) do chalé, na Ilha do Futuro, que fica 25 km abaixo das Prateleiras, no Pico das Agulhas Negras, para fazermos fotos da capa de seu livro.
Chegamos lá perto das 6h. O vigia do parque não deixou a gente entrar.
"Vai ser preciso uma autorização..."
"Vai ser preciso uma autorização..."
Nem pensar nesta burocracia.
Descemos alguns metros e o monge disse: "Vamos subir por um caminho que eu conheço." Com uma pequena lanterna e a tênue luz da manhã achamos uma trilha que logo sumiu. Embrenhamos pelos campos de altitude.
"O portal de entrada em um mosteiro budista não tem fechaduras; é de livre acesso e de livre regresso: a fluidez do Caminho."
A subida me fez suar. Quando alcançamos no lugar ideal para as fotos, a camisa estava molhada. Com o frio, mesmo agasalhado com um bom casaco, o corpo reclamou do incômodo provocado pela sensação desconfortável da camisa molhada junto ao corpo.
Escolhemos uma pedra com a paisagem do Vale do Paraiba abaixo.
Kogen vestiu seu manto dourado.
Sobre a pedra escolhida ficou em posição de meditação.
Fui fotografando.
Ali, nas alturas, eu e meu amigo conversamos sobre muitas coisas do Zen, da luz, da fotografia,
e do dia-a-dia.
"Quando se procura um coração correto no Caminho, deparamos com determinados conhecimentos que podem abalar. No início, encontramos a primeira nobre verdade do sofrimento (dukkha): que existe o nascimento, a doença, a velhice e a morte, visto que isto deixa uma impressão marcante. Em seguida a causa do sofrimento e, por último, uma solução que possa extingui-lo."
No ano passado Kogen esteve na minha casa em Camburi e me mostrou no seu laptop o livro que estava escrevendo.
Boa parte do dia eu ficava cuidando da manutenção das casas. Quando voltava para a Casa do Índio, onde ficamos hospedados, ele lia trechos do livro e fazia comentários.
Destas conversas e do que significa a ponte: Uma passagem para o ouro lado. Uma maneira de sair de um estado para outro. O livro ganhou este título: A ponte. Transições no caminho.
Voltando para as Agulhas Negras.
Ficamos lá nas Prateleiras um bom tempo esperando as variações da luz e das nuvens. Quando achamos que estava boa a documentação - conferidas na tela da máquina fotográfica, voltamos descendo a montanha. Fotografei diversas flores na beira do caminho para acrescentar ao meu ensaio sobre as flores, folhas e frutos.
Quado chegamos ao chalé, o Manuel, meu filho, falou: "Aleluia, até que enfim vocês chegaram." Ele não quiz acordar às 4 da manhã e ficou com seus joguinhos, no Nintendo DS.
Kogen fez o almoço.
Em seguida fomos para a sala de meditação e tiramos uma soneca.
Na volta para São Paulo Kogen pegou carona conosco e fomos até a Pousada dos Anjos, em Cunha-SP, visitar meu amigo Marcos Santilli. Quando chegamos ele não estava na pousada. Estava fazendo uma degustação em um novo restaurante. Fomos até lá.
Na volta para São Paulo Kogen pegou carona conosco e fomos até a Pousada dos Anjos, em Cunha-SP, visitar meu amigo Marcos Santilli. Quando chegamos ele não estava na pousada. Estava fazendo uma degustação em um novo restaurante. Fomos até lá.
Ali tomamos umas cervejas. Brindamos à amizade e ao ano novo.
Na beira da estrada, na volta para a pousada, passamos pelo ateliê do ceramista Daiko Zahiro que é Zen Budista. Ele tem um pequeno templo Zen ao lado do seu ateliê.
Marcos nos ofereceu o Chalé das Araucárias para a nossa hospedagem.
De noite vinhos de boa qualidade, conversas de ótima safra e uma sopa de legumes.
Kogen mostrou as fotos que fizemos nas Agulhas Negras.
Várias sugestões, escolhas, tratamento de imagens no photoshop e a informação de que nas proximidades da pousada fica a Pedra da Marcela a 1.650 metros acima do nível do mar. Kogen ficou entusiasmado. Sugeriu que fizéssemos outras fotos, tendo o Oceano Atlântico como fundo.
Na manhã seguinte, depois do café, fomos fazer uma meditação no templo do Daiko.
Dali seguimos para a Pedra da Marcela. Dois quilômetros montanha acima.
Várias paradas para recuperar o folêgo. Lá no alto, voltado para o leste, encontramos esta deslumbrante paisagem.
Pedra da Marcela
Já estou em Sampa atarrefado com a mostra do Baile do Lu.
2 comentários:
biscoito! Roubei uma foto sua e vou colocar no meu blog.
Ok. Valeu!
Postar um comentário