terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Altos e baixos
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Haja hoje para tanto ontem
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Bonita e gostosa
Desde que um celular gravou as cenas (de qual celular? - ficou anônimo) e o Ytube colocou na rede fiquei do lado dela.
Ontem fui fotografar a Geisy.
Ficamos alguns minutos a sós na sala ensolarada de seu advogado na Praça da Sé em São Paulo. Ela gosta de ser fotografada. Tem o vigor dos 20 anos e sabe o que quer.
Fiquei com esta música na cabeça, é meio parecida com ela.
Perigosa
Compositores:Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta
Eu sei que eu sou bonita e gostosa
E sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia
Cuidado, garoto, eu sou perigosa
Eu tenho um veneno no doce da boca
Eu tenho um demônio guardado no peito
Eu tenho uma faca no brilho dos olhos
Eu tenho uma louca, dentro de mim
Eu sei que eu sou bonita e gostosa
E sei que você me olha e me quer
Eu sou uma fera de pele macia
Cuidado, garoto, eu sou perigosa
Eu posso te dar, um pouco de fogo
Eu posso prender, você meu escravo
Eu faço você feliz e sem medo
Eu vou fazer você ficar louco
Muito louco, muito louco
Dentro de mim
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Temajo - Movimento Pós Humano
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Pancadaria no Metrô São Bento
Já no piso de entrada das catracas ouvi gritos: ”Deixa eu passar. Quero meus direitos de ir e vir”
A cena: Um cadeirante sendo impedido pelo segurança do metrô de andar com a cadeira. "Você não pode!" Dizia o guarda nervoso. O ajudante do cadeirante reclamava também, muito nervoso: "Olhem isto! Que absurdo!” se dirigindo para uma pequena aglomeração. Ficaram bravos. O cadeirante sendo contido pelo segurança, se contorcia e dava murros na sua perna. O segurança, neste momento, deu um puta tapão na cabeça do cadeirante. O outro segurança ficou distante e conivente com o que estava acontecendo. Eu fui pra cima e fotografei tudo. Algumas pessoas com celulares gravavam a cena. Cheguei perto do ouvido do segurança (que deu o tapão) e gritei: Covarde!
O clima começou a ficar tenso e dei o fora. Um rapaz me deu guarita e desci as escadas pegando o Metrô no sentido Jabaquara.
Entre as pessoas que entraram, duas senhoras conversaram comigo sobre o incidente.
"O rapaz da cadeira que começou a agredir primeiro". Me disse a psicóloga que está passeando no Brasil. Ela vive em New Jersey, 35 km de Nova York.
Um segurança deve estar preparado para uma situação como esta. Não é justo bater em um aleijado. Argumentei.
A conversa foi esclarecedora do que não ví. Fomos papeando até a Estação Paraíso.
Lá ela também pegou a Linha Verde para a Vila Madalena. Sentamos juntos no banco para mostrar as fotos.
Sin tarjeta! Acusava o visor.
Resumindo. As fotos não existem.
Sábado de manhã fiquei encucado com a história e pedi uma ajuda ao meu amigo Laudo, cartunista de primeira, e contei a história. Ele fez esta ilustração.
Eu não podia deixar barato.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Algumas propostas sonhadoras para o Rio
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Kogen, Kanzeon e Buda
Minha casa está iluminada
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
PROFISSÃO DE FEBRE
Ademir Assunção é um grande amigo e companheiro de muitas reportagens. No dia 30 de setembro – para convidados, vai ser aberta, no Instituto Cultural Itaú, em São Paulo, a mostra Ocupação Paulo Leminski: 20 anos em outras esferas. Ele é o curador e diz: “Lemiski é poeta todo tempo. Escrevia alguns de seus poemas em guardanapos de bares (depois disciplinadamente passava a limpo) erudito, conhecedor de várias línguas e faixa preta de judô” Somos vizinhos. Ademir mora no apartamento do térreo em um prédio de dois andares. Confortável. Anos 50.
Venho acompanhando seu trabalho sobre a mostra quase que desde o começo do projeto. Aliás, conheci Lemiski fazendo uma reportagem para o Estadão em 1986, junto com o Ademir. Esta foi uma das fotos que ocupou quase a página inteira da capa do Caderno 2 do dia seguinte.
Ontem fui tomar um café com o Ademir que me contou as estratégias da mostra, as disposições, os poemas e folheava cadernos originais. Inclusive o caderno com as anotações que deram origem ao livro Catatau. Para Ademir é “Um dos melhores livros da literatura Brasileira”.
Entre ferver a água, coar o café, saboreá-lo e conversar, li vários poemas e escolhi este para abrilhantar estas páginas e excitar meus poucos e queridos leitores a verem a mostra. Na abertura do dia 30 de setembro de 2009, terá uma leitura de poemas dele, com Alice Ruiz, Áurea Ruiz Leminski (filha deles), Mário Bortolotto e Ademir Assunção. Vários eventos integram a programação.
Profissão de febre
quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento
domingo, 20 de setembro de 2009
Mister Bin - O Rei do Terreiro
Numa das idas de São Paulo para Camburi passamos pela loja de produtos agrícolas em Mogi das Cruzes e compramos um galo bonito.
Desceu a Serra do Mar numa caixa de papelão cheia de furos para poder respirar. No caminho Manuel disse o nome dele Mister Bin e assim ficou.
Chegando em Camburi soltamos Mister Bin no galinheiro junto com outras galinhas já residentes e ele foi se enturmando. Passados alguns meses... Ele já tem outros filhos na redondeza (me afirmou o Ravelli que cuida do sítio).
Hoje pela manhã fui sentar ali na beira da Casa do Índio para apreciar a paisagem e ouvir a sonoridade do início da primavera. Ele veio andando vagarosamente até a uma distância que pode me ver e prescrutar. Também fiquei prescrutando-o. Por alguns minutos ficamos nos admirando e fui buscar a máquina fotográfica. Ele continuou prescrutando. Sentei na cadeira e esqueci que a máquina estava sem o cartão. Voltei, peguei o cartão coloquei e ele ficou quieto esperando. Fiz várias fotos de ângulos diferentes de sua majestade o Rei do Terreiro.
Quando ele se deu por satisfeito chacoalhou o corpo, coçou as penas e se posicionou altivo. Fiz mais uma foto. Ele deu uma volta e foi ciscar junto com as galinhas
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Amilca e sua roupa de domingo
Ela nos finais de semana se veste e coloca um chapéu para ficar mais bonita ainda. Se quizer vê-la vai ser preciso ir até o Sertão do Camburi, na Rua Afranio Costa Neto (seu finado marido), esquina com Rua Saíras. Ficou viúva. Pretendentes se aproximaram e um foi eleito. Durou pouco. Me disse que quer um homem melhor do que ela. Ela é sensacional!
Sempre vou visitá-la nas minhas idas ao Sertão. Um café, prosa das melhores ao lado do seu jardim. Lá no fundo coberto pelas folhas pontiagudas vai se desmanchando o carro em que o Afrânio se espatifou na volta do Sertão do Piavu num início de noite de junho. Foi.
Outro homem especial. Afranio construiu minha Casa do Índio. Dizia que um dia cheguei com umas fotos e disse: Eu quero que você construa uma casa igual a esta!
É esta aí.
Ali com o Monge Koguem, conversamos sobre os portais búdicos, com o Egberto Nogueira cantamos "A copa do mundo é nossa!" e debaixo da jaqueira fazemos fogueiras pra modo de conversar melhor. Zito e Mônica são vizinhos. Em junho homenageamos o São João.
Amilca tem planos de escrever um livro e me conta que está parada por causa dos tropeços. Vestiu uma roupa de domingo e posou.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Curva do Rio
Ribamar Pereira é pernambucano, de Exu, terra do Luiz Gonzaga. Sua família de lá, está no poder desde 1949. Explica que a tática é alimentar e embriagar os eleitores. Matar uns quatro bois. Não ter miséria nesta hora. Também não fazer corrupção.
Ribamar mora e tem sua praça - mercado de trabalho, nas redondezas da minha casa, na Pompéia, em São Paulo. Ele faz serviços gerais de eletricista e encanador.
Hoje de manhã me viu logo que entrei na Rua Barão do Bananal, vindo da Rua Cajaiba e esperou na esquina do Bar do Sr Francisco - o melhor frango assado do domingo. Fomos conversando até o ponto de ônibus da Av. Pompéia. Às vezes o bumba que eu pego demora um tempão e foi o caso de hoje. Ribamar fez seu discurso contra a lei que autoriza o uso do moto taxi em São Paulo atribuindo a culpa ao Lula. Falo da minha admiração dos resultados do governo Lula. Ele concorda dizendo que a maior parte dos brasileiros está sem dinheiro. Contra argumento baseado no depoimento que o James Quigley deu para o Estadão afirmando que o Brasil é o mais irresistível dos BRICs (Brasil, Russia, Índia e China). Digo que cabe a nós arrumar o dinheiro por que perspectivas têm. Ele sorri e continua no discurso do moto taxi. Mudo de assunto e falo da nova confeitaria que vão abrir na Rua Cajaiba com Barão do Bananal. Ele diz que naquele buraco do mundo nada prolifera falando dos "curva de rio" que freqüentam o Bar da Tia.
Que é curva do rio?
- Curva do rio é quando você vem de barco e não consegue fazer a curva e se estrepa na margem. É onde fica depositado o lixo que vem do rio acima!
O bar da Tia é um botequim que tem na Rua Cajaiba quase esquina com a Rua Raul Pompéia (aquele que escreveu O Ateneu). Alí tem uma mesa de sinuca e cachaças que estão nas prateleiras ha mais de 30 anos sem sair do lugar. Mas se precisar ir no banheiro vai ver uma cena mais parecida com instalação de bienal do que com wc. Até chegar na patente vai atravessar um universo de trecos.
Eu gosto do bairro. Ele também.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Dedo sujo
sábado, 1 de agosto de 2009
Sortilégios da Natureza
Em setembro de 2006 fui conhecer a nascente do Rio São Francisco. Já conhecia algumas partes do rio. Em 1976 viajei pelo vapor de Januária até Juazeiro, depois fui até Penedo e visitei a foz do rio da integração nacional junto com o repórter Jotabê Medeiros. Fomos fazer uma reportagem sobre o Barão do Penedo e nosso barco ficou sem óleo diesel e andou alguns minutos a deriva quando uma canoa cheia de lindas garotas nos salvou e ainda tinham cerveja a bordo.
Mas os sortilégios se manifestaram nesta visita à nascente. No dia que cheguei uma grande queimada calcinou toda a vegetação ao lado da nascente que foi salva por água jogada por helicóptero. Estas queimadas normalmente são espontâneas e outras vezes criminosas. Esta de 2006 foi espontânea. Consegui entrar na reserva por ser jornalista e resultado de uma conversa com o engenheiro responsável da reserva. Fiquei só, naquela imensidão queimada. Fiz algumas fotos que pretendia futuramente fazer uma panorâmica. Ficaram guardadas estes anos e aprendi agora, na semana passada, quando o Vitor Novais esteve em casa e me ensinou.
Quando saia do parque o vigia me chamou e disse: “Volta daqui um mês que você vai ver tudo florido”.
Voltei e de fato estava tudo verde e florido.
Confiram nas duas fotos
A queimada foi no dia 16 de setembro e a toda verde no dia 20 de outubro de 2006. Sortilégios.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Raulzito
Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam quintais
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador...
Fiquei alí pela Bahia uns três anos. O amor acabou (esgotou o prazo de validade). Mudei de praia, Um pit stop em Ouro Preto e dalí fui para Porto Alegre onde fiquei amigo de um monte de magrinhos. Depois de nove meses de sul brasileiro me mudei para Brasília para estudar antropologia. No restaurante da 312 Norte, onde duas negras serviam uma comida gostosa, tinha uma máquina de tocar discos (jukebox). Pagava para ouvir Metamorfose Ambulante
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator
E várias outras músicas me ocuparam. O primeiro show que vi foi no Festival de Rock de Iacanga nos anos 80. Raul chegou pela madrugada e bateu forte. Alguns anos depois eu e o repórter Ricardo Soares entrevistamos o Paulo Coelho num daqueles botecos da Rua Augusta perto da Av Paulista. Conheci o mago.
Raul havia mandado e estava mandando todas. Foi perdendo o vigor físico.
Em 1987 quando fiz estas fotos para o Caderno 2 Raulzito estava lançando o LP Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum
Mamãe, não quero ser prefeito,
pode ser que eu seja eleito
e alguém pode querer me assassinar.
eu não preciso ler jornais,
mentir sozinho eu sou capaz,
não quero ir de encontro ao azar
Fomos eu e o repórter Ademir Assunção na casa dele que ficava no Butantã. Imagina acordar um cantor de rock as 11 da manhã. Tudo por causa do dead line do jornal que era às 14 h. Fiz várias fotos e voltamos para o jornal. Algum tempo depois me chamam no laboratório e dizem que os filmes velaram no laboratório. A barrica esfriou, veio uma onda de revolta mas o pensamento Zen tomou conta. Liguei pro Raul e ele concordou com novas fotos. Estava só, em casa. Acho que foi melhor.
Já encontrei muitos sósias do Raul por estas perambulações pelo Brasil e toda vez que ouvir a música Metamorfose Ambulante vou lembrar do som da juke box da 312 norte de Brasília. Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
Em 21 de agosto de 1989, dois dias depois de lançar o LP a Panela do Diabo, Raul Seixas morreu vítima de um ataque cardíaco. Como dizem muitos dos seus sósias e fãs “Raul vive!” mesmo passados 20 anos.
sábado, 25 de julho de 2009
Adriana Silva veste Marilia de Dirceu
O encantamento de Adriana por Marília ocorreu nas primeiras aulas de história do Brasil no capítulo da Inconfidência Mineira. “Fiquei emocionada e tocada pela intensidade do movimento político que ocorreu em Vila Rica”. Desde então a trajetória da carioca (de Copacabana) Adriana Silva de Andrade Souza se desenrolou como o passar de páginas de um livro.
Filha de pai diplomata e bancário,mãe bailarina, Adriana teve uma educação refinada. Estudou ballet clássico desde os três anos de idade, somando a seu repertório educação corporal e outras formas de dança: moderna, folclórica e flamenca. Estudou piano e teoria musical. Em Juiz de Fora frequentou parte do curso da Faculdade de Bioquímica na Universidade Federal. Fascinada por Ouro Preto, transferiu sua matrícula para a faculdade de Farmácia em 1977, mesmo ano em que fundou a primeira escola de ballet clássico da cidade “La prima Ballerina”, com mais de três mil alunos no seu curriculum.
“Marília de Dirceo”
Espiritualista, Adriana quase tem certeza que participou de algumas das reuniões dos inconfidentes dizendo que por isso coube a ela retratar a história através do vestuário, palestras e cafés literários em sua casa-museu na Rua Getúlio Vargas na Vila Rica (Ouro Preto). Transferir, re-viver a história de uma das personagens da inconfidência faz com que todos os dias faça reverências a estes personagens na Capela dos Santos Anjos que fica no porão de sua casa-antiquário com móveis e objetos da época. “Todos funcionam”, diz orgulhosa. Na parede ao lado a bandeira de Minas Gerais e um pôster de Tiradentes criam outro ambiente de reverência. “Em Ouro Preto todos contam a história da arquitetura do século XVIII e poucos dão importância para a história vivida. Cabe a mim esta tarefa e faço isto por gratidão a estes maravilhosos personagens.”
Lágrimas descem dos seus olhos ao se referir ao pouco caso com que é tratada pelos produtores culturais de Ouro Preto. “Nunca me chamaram para nada. O que me impulsiona a continuar neste trabalho são as homenagens que recebo quando faço palestras e também o aplauso dos turistas que vêm a Ouro Preto.”
Na casa antiquário Adriana espera pelo Dirceu
Sua casa tem nove cômodos com objetos e utensílios do século XVIII. É considerada como tendo o maior acervo particular da cidade. Todos os objetos têm a origem documentada e foram adquiridos no Rio de Janeiro e São Paulo. Camas francesas, móveis com tampo de mármore Carrara, a réplica de um telefone usado por D Pedro II e que funciona. E uma Maria Chiquinha – móvel do século XVIII utilizado para a higiene corporal. Fora os móveis Luiz XV, binóculos franceses e sombrinhas que ela constrói e estão dispostos entre outras preciosidades. No guarda-roupa, mais de 50 vestidos prontos para o uso “lavados e engomados”, idealizados por ela e confeccionados aa principio pela costureira Maria Monteiro, que mora no vizinho bairro do Pilar e atualmente são feitos pela modista Noézia. Estes vestidos podem ser alugados para que pessoas (adultos e crianças) possam ser fotografadas como se fossem daquela época.
Diferente do tratamento dado pelos promotores culturais de Ouro Preto, Adriana , a Marília de Dirceu fez palestras em várias cidades, recebeu homenagem em São João Del Rey e Tiradentes e espera a chegada de um Dirceu que, de preferência, venha numa carruagem pelas ruas de Vila Rica, a leve ao altar e revele:
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela! (Tomaz Gonzaga)
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Vila Rica
Do alto do Morro de São Sebastião vejo o nascer e o por do sol na mesma posição geográfica dos primeiros habitantes da região.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Peugeot, mãos e Living Theather, entre outras.
Abri as gavetas, separei das pastas,arrumei e organizei os cromos. Depois digitalizei e junto com outras coisas cai na estrada.
Fico em Belo Horizonte alguns dias fotografando a cidade que passa por uma mudança urbanística na Av. Antonio Carlos. No sábado de manhã, andando pelo centro e fotografando seus ícones para agencias de fotografia, passo em frente Ed. Levy onde morou os Borges (Lô e Márcio) e foi local do início da parceria com Milton Nascimento e deu no que deu: Clube da Esquina. Subi no topo do prédio e de cima fotografei os 360 graus da ensolarada paisagem das alterosas.
O Mercado Municipal fica logo ali em baixo e lá uma porção de freqüentam o mercado na socialização do fim de semana. Os pequenos bares abarrotados de gente que cantam parabéns, vendem bilhetes de loteria, divulgam doenças femininas e muitas especiarias mineiras. Saímos embriagadinhos da silva.
No domingo às 5 da manhã acordo e levo meu Peugeot flex para a feira de automóveis do Mineirão. Preciso vendê-lo. O salário não deu pra pagar as contas. Ainda no sol nascendo estaciono na vaga junto com outros carros de meu irmão. Os fregueses chegam depois das 8h. Enquanto isso vou dar uma banda nas proximidades e fotografar. Na placidez da água da lagoa da Pampulha - caminho pela margem procurando um bom ângulo para fotografar a Igreja. Obra de três grandes artistas: Oscar Nyemeier, Candido Portinari e Juscelino Kubistcheck e que tanto deu no que falar logo depois de sua inauguração (ficou anos proscrita pelo bispo mineiro que considerava sua arquitetura agressiva para os princípios católicos). É encantadora sua arquitetura e murais. Em uma posição privilegiada de ver a igreja encontro João Martins, funcionário de uma empresa que produz cimento para construções e é o responsável pelo painel de controle do enchimento dos caminhões betoneiros. Pergunto se é para ver a beleza da igreja. Ele nem sabe de quem é. “Venho aqui pra pescar e espero tirar uma boa tilápia. Vi a televisão que pescaram uma de seis quilos”.Apostava forte com três varas de pescar na espera.
Contei pra ele a origem e a história da igreja e continuei meu caminho.
Na volta, para a minha vaga na feira, rodeio o Estádio Mineirão e fotografo o lado externo. Daqui há 5 anos vai ser palco de alguns jogos da copa do mundo de 2014.
A manhã corre modorrenta e poucos interessados no meu “leãozinho”. Volto pra casa como na canção de Caetano sem ter vendido nada na feira.
Tenho um encontro com amigos. Flavia Bizzoto está abrindo uma galeria de fotografia na Savassi. Ficou encantada com o portfólio que levei. Uma boa noticia na tarde de domingo.
No início da noite vou para o alto da Av. Afonso Pena fazer fotos noturnas. O frio seco da época, nas proximidades das montanhas de minério de ferro, pede uma casaco aconchegante. Muitas pessoas esperam ali um espetáculo teatral enquanto a noite vai chegando e as exposições fotográficas exigem mais tempo de abertura do diafragma.
Chegou segunda-feira e saio para outras fotografias. Entre estes atos, nas noites e madrugadas bato nas teclas e-mails e organizo a mostra que vou fazer em Ouro Preto na abertura do Festival de Inverno.
Em 1971 junto com o jornalista Fernando Brant, fizemos uma reportagem com o Grupo Living Theater - fomos os únicos jornalistas a ver e fotografar a montagem da peça Big Mother que eles apresentaram junto com as crianças do grupo escolar de Saramenha - cidade vizinha de Ouro Preto. A reportagem foi publicada na revista O Cruzeiro em junho de 1971. Logo depois o grupo foi expulso do Brasil por porte e uso de maconha. A história é mais longa.
Vou mostrar este trabalho com o som de um duo de voz e violão. Algumas destas fotos ilustram o livro “O diário de Judith Malina”. No dia seguinte será a vez do áudio visual Mãos. Em 1974, durante o festival de inverno, fotografei as mãos dos artistas, alunos e participantes. Fiquei um mês fazendo este trabalho. Agora vou exibir a montagem original com uma nova animação e trilha sonora que está sendo criada pelo Vitor Novais.
As projeções serão no inicio da noite na parede da Escola de Minas, ao lado da praça Tiradentes. Apareçam
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Alguém conhece a familia do Demetre?
“... o promotor que atua em Monte Carmelo, Hamilton Pires Ribeiro, filho do Augusto Pires, apossou-se dos bens do grego. Como dois bons imóveis e mais todas as ferramentas dele. Disse que comprou da família.
Você sabe se ele tem parentes?
Viu lá alguma carta de parentes dele?
A população quer que o jornal investigue e não possui informações...”
Neste blog tem uma postagem contando um pouco de sua vida publicada em 18 de outubro de 2007. http://caxiuna.blogspot.com/search?q=forjador
Na ocasião entrevistei o Demetre. Fui na sua casa, e fotografei alguns de seus documentos que podem ajudar nesta investigação e os enviei para a Folha de Romaria.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
A noiva do segundo andar
Os jornais da época mostram fotos do uso do heliporto da Câmara como ponto de apoio para os helicópteros que faziam o socorro das vítimas do incêndio do Edifício Andraus.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Portais búdicos
Conheço Kogen há muitos anos desde quando fui, junto com o jornalista Ademir Assunção, fazer fotos para uma reportagem da Revista Marie Claire no Mosteiro Zen Budista Morro da Vargem -1993, Em Ibiraçú, no Espirito Santo http://www.mosteirozen.com.br/. Desde então ficamos amigos. Voltei fazendo fotos para o livro comemorativo dos 25 anos do mosteiro. Depois batizei o meu filho Manuel e desenvolvi o workshop Fotografia e o Zen.
Monje Kogen e Monja Coen
Em algumas visitas que fez à minha casa, em Camburi, Kogen escreveu alguns trechos. Conversávamos sobre o livro, a vida, as mulheres, o trabalho, Jung, Carlos Castanheda... e da importância de se ter um mestre. No início de 2008 me ligou pedindo para fazer a foto da capa do seu livro. Fui, com o Manuel, encontrá-lo em um pequeno mosteiro nas proximidades do Pico das Agulhas Negras.
Na madrugada do dia seguinte subimos até o cume e lá fizemos o ensaio, nos primeiros raios do sol.
Nos proximos meses o livro vai ficar pronto e disponível para os interessados nos Portais Búdicos.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Virginia - A pretinha
Me disse: Meu pai é diplomata.
De onde?
Ele é juiz!
Parou por ai a conversa. Admirava sua assiduidade na casa do povo paulistano. Meus colegas torciam um pouco o nariz pela minha simpatia e argumentavam que ela não batia bem da cabeça.
Como a casa é do povo e no povo tem gente assim porque não ela também?
No mês passado quando saia da sala para mais uma pauta ouço choro e vozes altas na porta do elevador do segundo andar. Minha pretinha, rodeada por dois policiais militares, era escoltada e "convidada" a se retirar da casa.
Perguntei para diversas pessoas o que aconteceu e cada um contava uma história.
Ela morava com 8 irmãos numa casa no Jardim Ângela, Ela dizia que era funcionária da SABESP. Ela dizia para visitantes da Câmara que trabalhava no Cerimonial. Ela dizia que era casada com um dos repórteres da TV.
Naquele dia os dois policiais levaram a Virginia para a Delegacia porque um dos funcionários da casa se sentiu ofendido por ela e fez um BO na delegacia e lá foi minha pretinha falar com o delegado. Ficou internada um mês em um hospital psiquiátrico. Ontem ela reapareceu e, na frente desta foto do Sebastião Salgado que mostra um campo de refugiados na África, fiz a foto.
Perguntei o que tinha acontecido. Ela me contou que ficou internada e agora faz defesa pessoal numa academia de ginástica. Quer ser policial.