Peguei na estante as Máximas e Inéditas da Tia Zulmira. Uma das melhores safras do Stanislaw Ponte Preta - o filósofo/humorista dos costumes cariocas e da política brasileira, e vim lendo, no buzão. Editora Codecri 1976. No total são trezentas Máximas e Inéditas com desenhos do Jaguar e prefácio do Sérgio Cabral
Jaguar - desenhista dos bambas. Um dos fundadores do Pasquim: o "hebdomanário".
Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso, em nome da liberdade.
As crises políticas nacionais são tratadas de maneira tão sensacionalista pela imprensa brasileira que, se a gente estiver no estrangeiro, ao ler um jornal brasileiro tem a impressão que, ao voltar, não encontrará mais o país.
O fato de um homem ser muito preparado não implica em que ele seja bom político; creolina também é preparado e limpa latrina.
No Brasil a política se resume em não deixar a onça com fome nem o cabrito morrer.
O carnaval mudou muito. Hoje em dia o verdadeiro folião é aquele que fica em casa, sentado numa confortável poltrona, ouvindo as besteiras que os locutores dizem.
As estatísticas corretas nos deixam sempre uma falsa impressão.
Dono de cartório de protesto é uma espécie de cafetão da desgraça alheia.
Uma mulher do passado da gente dói muito mais do que duas.
Se ginga fosse malandragem o pato era o rei dos malandros.
A experiência ensina que a mulher ideal é sempre a dos outros.
Há sujeitos tão inábeis que sua ausência preenche uma lacuna.
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