Rio Branco - Xapuri
Na manhã do dia seguinte no caminho até o escritório eu e o jornalista Hans Heijt (holandês), passamos pelo parque de Rio Branco - AC e vimos uma jovem mãe apanhando folhas de seringa caídas no chão e perguntei para o que servia. Ela disse que era contra inflamações e prevenia contra o câncer.
No escritório Claudio Maretti, superintendente da WWF Brasil, fez uma apresentação dos objetivos da expedição apresentando mapas, estatísticas e resultados. No meio da tarde embarcamos em um monomotor, com assento para 12 pessoas - sem uma das janelas - para que as fotografias e a filmagem não tivessem a interferência do acrílico. Reencontrei o cineasta Waldir Pina de Barros que fazia a filmagem deste vôo.
Castanheira isolada em pasto
Decolamos para Xapuri (terra do lendário seringueiro Chico Mendes e de muitos outros anônimos) com algumas voltas e vôos rasantes pelo percurso. Fui fotografando a floresta, rios, fazendas, derrubadas e as queimadas com o seu tufo de fumaça. Uma sensação estar sendo privilegiado pela vida: olhava, enternecido, a floresta e tentava entender o por quê. Os tantos porquês.Elenira Mendes - Filha de Chico Mendes
Livros de Chico Mendes
Depois do almoço fomos de van para Brasiléia, divisa do Brasil com a Bolívia.
Brasiléia - AC
Em Brasiléia visitamos a Cooperacre – Cooperativa de Comercialização Extrativista do Acre. Tem uma polêmica da região. Durante muito tempo a deliciosa castanha produzida pela árvore Bertholletia excelsa. O gênero foi batizado em homenagem ao químico francês Claude Louis Berthollet. A árvore é conhecida como castanheira e produz a Castanha do Pará. Os catadores dos outros estados amazônicos reclamaram do nome “Castanha do Pará” por que a castanha não é produzida apenas no estado do Pará. Mudaram o nome para Castanha do Brasil. Agora os extrativistas da Amazônia boliviana e peruana reclamam do nome. Querem mudar para Castanha da Amazônia. Quem viver verá. A comercialização e a produção de castanha foi muito boa na safra de 2007 e faziam a capina do terreno ao lado do armazém para um futuro galpão. A armazenagem da castanha tem que ser feita com madeira porque se for feita em alvenaria a castanha apodrece.
Folha de latex FDL
Reserva Chico Mendes, Noroeste de Brasiléia AC
Fomos de Van.
Dentro da Comunidade São Pedro, na colônia Cumaru, o doutor da borracha desenvolve um projeto de fabricação artesanal de mantas de látex sem ser defumada. A tecnologia FDL (*) foi desenvolvida pela UnB (Universidade de Brasília) e o Doutor da Borracha – João Rodrigues de Araujo, como é conhecido o fabricante das mantas, bandeiras e sapatos feitos com látex laminado. Para presentear os jornalistas foram encomendadas bandeiras da Holanda, Itália e Estados Unidos. Não deu tempo para o doutor finalizar a encomenda e assistimos o manuseio do processo de laminação de uma pequena manta feita em minutos a partir de uma colheita recente de “leite” de seringueira. Improvisou um marcador comum com um garfo e descobriu que cortando duas mantas juntas com tesoura elas se colam. A mesa é a tampa de uma caixa d´água, feita de fibra de vidro “Não é adequado mas resolve o problema” afirma, orgulhoso, o doutor da borracha.
(*) SEM DEFUMAÇÃO – A folha de borracha produzida de acordo com a técnica alternativa recebe o nome de Folha de Defumação Líquida (FDL). O látex colhido da seringueira é coagulado com o uso de ácido pirolenhoso, subproduto da carbonização da madeira, que já incorpora ácidos e alcatrões. A secagem da FDL é feita em temperatura ambiente, ao ar livre, dispensando a fase de defumação. Isso livra o seringueiro da exposição excessiva à fumaça e melhora sua qualidade de vida.
2 comentários:
Ola,
td bem?
gostaria muito de poder usar sua foto "Divisa do Brasil com a Bolivia. Assis Brasil-AC" em um website no qual trabalho, relacionado a turismo em cidades brasileiras. a foto seria usada na pagina da cidade de Assis-AC.
Aguardo seu contato
Obrigado
Em primeiro lugar, parabens pelo conteudo do blog que em muito ajudou.
Estou em busca do Doutor da Borracha – João Rodrigues de Araujo,o fabricante das mantas em FDL.
Sou acreana e trabalho com sandalias/acessorios artesanais produzidos com a materia-prima/ látex e preciso muito trocar informações com ele. Vc pode me ajudar com algum contato direto ou indireto com esta pessoa?
Desde já agradeço a atenção.
Bjos
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