sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Juscelino




Nosso plano era lançar o livro Raul como o primeiro da Editora Biobooks mas não conseguimos agilizar a tempo as autorizações dos herdeiros e vamos lançar dia 17 de dezembro em Diamantina o livro Juscelino.
Já fizemos uma pesquisa em Brasilia, Belo Horizonte, Diamantina e na próxima semana vamos ao Rio de Janeiro a procura de imagens e histórias do ex-presidente.
O Nonô foi uma figura ímpar na história brasileira.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Metamorfose ambulante


Desde os anos 70 quando morava em Salvador o Raul Seixas ocupa um lugar de destaque no meu hit parade. Primeiro foi com a música Ouro de tolo "Eu devia estar contente...", Metamorfose Ambulante. ... e muitas outras. Ví um único show dele no Festival de Rock de Iacanga e o conheci pessoalmente quando fui fazer uma matéria para o Caderno @. Nesta época ele morava no Butantã, perto da USP em uma casa confortável mas ele estava muito debilitado. Mesmo assim foi muito enérgico. Fui duas vezes na sua casa. Na primeira foi com o jornalista Ademir Assunção para fazer a entrevista mas os filmes foram danificados no laboratório do Estadão e retornei no dia seguinte. Fui só. Fiquei com ele umas duas horas. Quando cheguei, ele estava de pijama e quis fazer as fotos assim mesmo. Depois mudou de roupa pegou sua guitarra e fez poses pra mim. Os filmes ficaram bons e saiu uma matéria de capa no Caderno 2 com uma foto enorme dele. Poucos meses depois ele se mandou pro Olorum.
No mês passado, agosto de 2011, fui convidado para um almoço com um empresário da área financeira que gosta muito do Raul e quer fazer um livro "fine art" sobre ele. Convidei os jornalistas Dagomir Marquezzi e Ricardo Soares para a edição do texto e reportagens; o design Yves Ribeiro para conceber o produto e vou procurar fotos para o recheio. Nosso plano é para que o livro fique pronto até dezembro deste ano. A vida é uma metamorfose ambulante.

terça-feira, 26 de julho de 2011

imersao

Funeral JK - Brasília, 26 ago 1976

Depois de muito fotografar resolvi que devo fazer um livro de fotografias com o meu trabalho. Consegui um editor - Ótávio, Editora Olhares. A partir do momento que selamos o acordo venho escaneando fotos do meu arquivo de negativos em preto e branco. Vai ser com fotos do período 1968 a 1999. Foram várias etapas desde a resolução. Atualizar o arquivo, separar as pastas e ir diariamente escaneando as fotos mais interessantes.
Todo dia é uma viagem no passado. Hoje foi Brasília, Olhos Dágua, Belo horizonte... cada tira de negativo é uma história que me pergunta quando vai ser revelada.
Esta foto ai de cima foi do funeral do Juscelino Kubistcheck. Estava fotografando para a Veja.
Foi um dos dias mais emocionantes e energizados que vivi.
É só um começo
Vamos com calma rapaziada. O livro ainda é para 2013, salvo mudança de percurso.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Aconteceu antes em Água Suja

Não carece de ir muito longe para justificar o título acima. Só para modos de dar maior valor consta que Johann Gutemberg fugindo das perseguições políticas em Mainz – Alemanha, encontrou com o Chum Chim Chum na nascente do rio Bagagem, em Iraí de Minas.

O encontro foi proveitoso. Resolveram continuar a conversa rio abaixo, perto de onde hoje fica Estrela do Sul, para trocarem experiências dos princípios da tipologia móvel. Deste encontro, veio mais tarde resultar a primeira impressão da bíblia, o sustentáculo do cristianismo.

Anos mais tarde esta publicação foi contestada por Lutero – teólogo alemão. À parte destas pelejas a bíblia é o livro mais publicado no mundo.

Também para dar um toque da grandiosidade deste pequeno rincão do Triangulo Mineiro muitos perdigotos relatam que Moisés antes de abrir as águas do Rio Vermelho fez os primeiros ensaios da sua mais conhecida performance ali, onde é hoje a barragem que os garimpeiros fizeram para lavar o cascalho do diamante. É mais conhecido como Registro.

Alguns historiadores (é bom não levar muito a sério) dizem que Moisés nunca abriu o Mar Vermelho. O que aconteceu na realidade, confirmado recentemente pelos sismógrafos de Brasília, foi o deslocamento das placas tectônicas, mas isto é outra história.

O diamante só veio a ser conhecido pelos conterrâneos aguasujenses, muitos séculos depois, quando Van W. Meeder, um missionário holandês que antes de chegar a estas paragens do Rio Bagagem vinha de um período sacerdotal na Índia onde conheceu as cobiçadas pedrinhas.

Uma pausa pra explicar.

Antes da chegada deste missionário ao Brasil ninguém, pelas bandas do ocidente do planeta Terra, conhecia o diamante que é cristalizado sob altas pressões e temperaturas nas mais profundas entranhas da terra há bilhões de anos. Para se ter uma idéia, a mais jovem rocha vulcânica da qual se extrai diamantes possui a idade de 70 milhões de anos. A origem deste nome é grega: "Adamas". Significa invencível, indomável. Na geologia é classificado como de carbono puro. Isso mesmo: é essa a composição dessa pedra tão fascinante e desejada.

Voltado para Água Suja onde tudo aconteceu antes o padre Van W. Meeder em uma de suas pregações pelos lados do Tejuco, onde hoje fica a cidade de Diamantina, se hospedou no rancho de Bernardo da Fonseca Lobo (minerador de ouro) e ficou atraído pelos tentos com que alguns homens marcavam, com aquelas pedrinhas brilhantes, o jogo do gamão. Na avaliação da época eram consideradas cristais, de pouco valor. O padre ganhou umas de presentes e no quarto de dormir ficou separando e contando o valor daqueles “280 mil quilates em diamantes de primeira água!”(truco!). Gritou cheio de satisfação: estou rico, estou rico. A notícia se espalhou. Milhares de pessoas foram garimpar em Diamantina.

Em outro lado geográfico de Minas Gerais, alguns dos desertores da guerra do Paraguai, já sabedores do seu valor, vieram garimpar nas lavras diamantíferas do Rio Bagagem, hoje cidade de Estrela do Sul, e entre estes o garimpeiro Sebastião Silva aventurou-se pelo sertão mineiro apenas com uma sacola com a muda de roupa e sua bateia. Esta é a origem da nossa querida Água Suja.

Pelo entusiasmo e emoção que me envolvem estes acontecimentos estou atropelando um pouco os fatos que vêm em ordem descontrolada de datas. Mas os meus conterrâneos e admiradores certamente vão relevar estes detalhes pouco importantes numa ficção. Olha só como o poeta Ademir Assunção sintetizou a magia do lugar “Em Água Suja é onde se lava a roupa limpa!”

A construção da empresa Thien Água Suja Minnig Company Limited – é considerada pelos historiadores a primeira empresa a explorar de forma mecanizada os diamantes do Triangulo Mineiro - tanto erodiu quanto extraiu diamantes dos cascalhos do Rio Bagagem.

No entusiasmo da conquista das pedras eternas, outra digressão ufanista em relação às inúmeras virtudes daquele pequeno rincão de formações vulcânicas, Guy Hamilton (diretor do filme “Os diamantes são eternos”) se baseou nas conversas fortuitas e filosóficas que o Ian Fleming manteve com o Quito, o dono do principal bar de Água Suja, no tempo que eu era menino.

Voltando um pouco na história. Em 1871, perto de 5.000 garimpeiros foram para lá. A movimentação destes sonhadores transformaram as margens do Rio Bagagem num revirado de montes de cascalhos, por isso suas águas corriam constantemente sujas; e daí o nome do povoado Água Suja. Hoje, no ano de 2011 d.C., perto de 3.500 pessoas moram naquela jóia de cidade.

Muitos deverão perguntar a razão desta implosão demográfica. Acontece que é para uns poucos o privilégio de lá morar.

Vou finalizar com a chave de ouro.

No início dos anos 60 John Lennon se encontrou com o Mick Jagger no Hotel da Maria Damasceno, perto do Santuário de Nossa Senhora das Abadia. Ha muitas controversas sobre este episódio, mas minha liberdade poética me autoriza a escrever que deste encontro fizeram uma parceria e o rock rolou. Vinte anos depois, lá pelos lados do Tejuco o ex- presidente JK encontrou com o pessoal do Clube da Esquina na Praça do Seminário Dom Bosco e eu, aguasujense, fotografei o encontro.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

tô voltando

andei meio ocupado com outros afazeres e deixei o blog um pouco de lado. tô voltando.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A manifestação do singular


Este é o título de uma matéria do jornal da USP "... dissocia transexualidade da personalidade psicótica, considerando-a uma "singularidade" de algumas pessoas". Como tenho uma admiração pelos psicóticos mas distingo os incomuns... e assim vou vivendo até agora.

Nestes dias esta espelunca, no dizer do poeta Ademir Assunção, tem se mostrado pouco produtiva. Acontece que singularidades me ocupam. Estou trabalhando para a publicação de um livro sobre a posse da Dilma, uma expedição no Rio Roosevelt para homenagear o centenário da expedição Roosevelt-Rondom feita em 1914. Me iscrevei em tres novas diciplinas na USP e fui demitido da Câmara dos Vereadores.
Agora free novamente.

Dando um tapa no arquivo fotográfico que tem perto de 200 mil imagens. Começando pelos preto e branco. A magia da fotografia é encantamento. Nestes dias voltei a mais de mil e uma histórias que as fotos me propuseram. E quando apareciam aquelas dos grandes amores, uau!!

Este mergulho no arquivo é para editar as fotos do meu primeiro livro que deve sair no máximo no ano que vem. Até comprei um scaner profissa pra transformar os negativos peb em fotos digitais.

Agora tô dando um tempo pra descansar o olhar ao passado. Este ai de cima é o Walter Sanchez grande fotógrafo. Moramos eu, ele e o Marcos Santilli em um apto em Brasília e foi bom demais. Ele gostava das poesias do Walt Whitman e de música caipira. Um incêncdio na agencia de fotografias queimou um ensaio maravilhoso que ele fez na vila Planalto (Brasília) e mais outras tantas fotos. Depois ele foi ser chefe de posto da reserva dos Avá Canoeiros, trabalhando para a FUNAI. Por onde andará o Walter Sanchez... O Marcos gostava de política, criamos a União dos fotógrafos de Brasília, a União dos Fotógrafos de São Paulo, o Mês Internacional da Fotografia em Sampa... atualmente ele tem uma bela pousada em Cunha e quando ele vem a Sampa ele às vezes hospeda em casa e é muito praseirosa sua visita. Ó o link da pousada: www.pousadadosanjos.com.br






segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Águas passando


As águas passando e eu junto com elas. Um momento de muitos projetos em andamento, ficando fascinado com a expedição Roosevelt/Rondon. Consegui um livro - dica do meu amigo Aluizio Sales, num ssebo da Praça da República em São Paulo, Editado em 1915. O Marechal Rondon relata nos dias 5, 7 e 9 de outubro de 1915, em suas "Conferencias" no Theatro Phenix no Rio de Janeiro, seu relato sobre a expedição. Teatro lotado.
Rondon foi indicado por Albert Eisten para concorrer ao prêmio Nobel da Paz. Merecia. Seu relato é de uma beleza incomum. Iluminista "Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo", com a cabeça alimentada também pelo positivismo de Augusto Compte. Rondon mandou bem.
Na semana passada teve um encontro de colegas da Folha de S Paulo e foram varios. Foi muito feliz. Virou noticia de capa da Folha.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Soft Power


Nos últimos dias da expedição científica que participei no noroeste do Mato Grosso (18 dez 2010) estávamos na Colocação Chico Preto no Rio Roosevelt. Colocação é tipo um endereço para as populações ribeirinhas. Chico Preto é um caboclo alegre, dinâmico, ligadíssimo no trabalho, na família e no em torno.
Ali, na sua colocação, num dia chuvoso, fomos ver suas ruas de seringa, seu pequeno galpão com 1.300 kg de borracha já pronta para entrega, sua horta, casa de farinha. Depois dele terminar de fazer dois remos e secar a farinha no forno fomos para dentro de sua casa conversar.

Um dos projetos em andamento na região é a revitalização da coleta do látex (borracha). Os ribeirinhos apoiados por alguns órgãos municipais e estaduais foram incentivados a retomar o trabalho com a borracha. Vocês devem se lembrar que a borracha foi um marco econômico na Amazônia (1879/1912). Por um contrabando de sementes de seringueira feito pelos ingleses elas foram levadas e plantadas na Malásia em cultivo menos difícil de coletar. O preço da borracha brasileira despencou. Na segunda Guerra Mundial teve um leve retorno. Não vingou.
A Amazônia tem uma nova vocação. Mas como tudo no mundo muda agora a demanda é por uma borracha melhor para fazer camisinhas, pneus de avião e dos bólidos da fórmula 1. Neste nova fase entra o Chico Preto que coletou mais borracha que todos os seus vizinhos do Rio Roosevelt. Perto do Natal de 2010 tinha o equivalente a R$ 4.000,00 para entregar à Michelin. Na teia que envolve órgãos governamentais, produtores e a Michelin alguma coisa rompeu.
A mulher do Chico Preto disse que naquele dia eles tinham duas latas de óleo, duas barras de sabão, 60 quilos de farinha que acabarram de torrar e mais da metade das crianças sem sandálias havaianas por falta de dinheiro um pouco de arroz e feijão. (Peixe e caça, proteinas, eles conseguem na mata e no rio). Chico Preto estava revoltado com esta situação dizendo que foi enganado e que a Michelin era mentirosa porque prometeu comprar sua borracha que estava ali estocada e ele sem dinheiro para o Natal.
Perguntei se queria que eu enviasse um e-mail para o presidente da Michelin relatando o ocorrido. Ele disse: Fala que a Michelin é mentirosa!
Achei o e-mail da assessoria de imprensa da Michelin e enviei um texto abrangente sobre o imbróglio reproduzindo a fala do Chico Preto. Alguns dias depois recebi retorno da SEMA-MT (Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso) dizendo que meu e-mail tinha botado lenha na fogueira e uma grande movimentação estava ocorrendo para resolver o problema e finalizava dizendo no dia 24 de janeiro de 2011 eles voltariam à Colocação do Chico Preto para resolver a questão.
Final Feliz.
Soft Power!