Fotos de Juvenal Pereira
Press Release
Na tarde do próximo dia 20 de junho, o príncipe herdeiro do Japão Naruhito estará no Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, para inaugurar um monumento símbolo das relações de amizade entre Brasil e Japão.
É um conjunto com sete esculturas de granito, instalado em formato de mandala, que entrelaça elementos simbólicos e perpetua a inspiração criativa de um escultor japonês apaixonado pelo nosso país.
A presença do príncipe herdeiro na cerimônia de inauguração será a grand finale de uma história que teve início em 2003, quando Kota Kinutani chegou ao Brasil para o curso de pós-doutorado em escultura, na Universidade de São Paulo.
Em 2005 criou o monumento que, a seu ver, exprimisse os valores de coexistência pacífica e co-prosperidade entre os povos. Adotou, como conceito básico, uma mandala formada por ‘peças’ representativas dos continentes: Ásia, África, Américas, Europa e Oceania. Essas esculturas circundariam uma peça central (o coração) que representaria o Brasil, ou seja, um país que recebeu imigrantes de todo o mundo.
Foi assim que nasceu a proposta do escultor japonês Kota Kinutani, de 34 anos, para a comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.
No Japão, escolheu o granito Inada, original da província de Ibaraki, extraído de uma das pedreiras mais tradicionais do país. Basta dizer que ela é explorada há mais de 130 anos
No Brasil, em Sobral, no Ceará, encontrou o bloco da pedra que idealizara: granito Red Dragon, de cor avermelhada com pontos acinzentados.
Os anos de 2006 e 2007, para Kota Kinutani e equipe, foram de atividades intensas, iniciando com a campanha de captação de recursos financeiros e de execução do projeto artístico.
Inscrito como um dos projetos do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Monumento Comemorativo – que foi doado pelo escultor japonês à cidade de São Paulo – foi escolhido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para ser colocado no Parque do Carmo, na zona leste da Capital, cuja instalação conta com apoio da Prefeitura Municipal.
No Japão, as seis esculturas, que pesam cerca de 100 toneladas, foram finalizadas, embaladas e colocadas em containers para serem transportadas ao Brasil. O navio com as obras partiu do porto de Yokohama no dia 14 de fevereiro deste ano e chegou ao porto de Santos em 15 de março, ocasião em que foram transportadas para o armazém da empresa Cragea, em Suzano.
Nesse meio tempo, Kota Kunitani veio ao Brasil para iniciar a etapa de produção com a pedra brasileira. Do Ceará, o bloco de rocha com 55 toneladas foi transportado para o Parque do Carmo, onde o escultor montou seu ateliê-oficina.
De acordo com o cronograma, nos próximos dias serão iniciados os procedimentos para a instalação definitiva das esculturas. Uma operação extremamente delicada e custosa que, além de demandar obras civis especiais para suportar o peso das esculturas (cerca de 130 toneladas), necessitará de caminhões e guindastes para carregamento e descarregamento.
Kota Kinutani, graduado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nippon, em Tóquio, em 1996, tornou-se o primeiro doutor em escultura pela conceituada Universidade Nacional de Belas Artes de Tóquio. Fez o seu curso de pós-doutorado na Escola da Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo entre 2003 e 2004.
Desde 1992, tem participado de diferentes projetos artísticos e estudado em diversos locais do Japão e do exterior. Realizou mostras individuais e coletivas e tem obras no acervo permanente de várias instituições do Japão e de Portugal.