quinta-feira, 19 de junho de 2008

Manacá florido

A poética da vida está também nas pequenas coisas e quando menos se espera surge no campo de visão. Perto da Estrada dos Boiadeiros, no Alto de Pinheiros, este manacá florido presenteava os passantes no explendor de sua floração.

Tarde de outono
na beira da calçada
Um mancacá florido.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Nicolas Behr e a Laranja Seleta


Hoje à noite, 18 de junho de 2008 a partir das 19 h o meu amigo e poeta Nicolas Behr vai lançar o Livro Laranja Seleta na Casa das Rosas.
Nicolas vive em Brasília. Nos anos 70 ele vendia de mão em mão suas poesias em pequenos livros mimeografados. Yogurt com farinha foi um deles. Foi preso, causou polêmica e muita admiração. Muitos outros livros vieram depois.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Primeiro sonho de Calvino


Primeiro sonho de Calvino

Do alto de mais de trinta andares, alguém atira da janela abaixo os sapatos de Calvino e a sua gravata. Calvino não tem tempo para pensar, está atrasado, atira-se também da janela, como que em perseguição. Ainda no ar alcança os sapatos. Primeiro, o direito: calça-o; depois, o esquerdo. No ar, enquanto cai, tenta encontrar a melhor posição para apertar os atacadores. Com o sapato esquerdo falha uma vez, mas volta a repetir, e consegue. Olha para baixo, já se vê o chão. Antes, porém, a gravata; Calvino está de cabeça para baixo e com um puxão brusco a sua mão direita apanha-a no ar e, depois, com os seus dedos apressados, mas certeiros, dá as voltas necessárias para o nó: a gravata está posta. Os sapatos, olha de novo para eles: os atacadores bem apertados; dá o último jeito no nó da gravata, bem a tempo, é o momento: chega no chão, impecável.


Ganhei este livro da minha amiga Marilia Panitz. Pelo primeiro sonho dá pra sentir o naipe. É do escritor angolano Gonçalo M. Tavares que ganhou o prêmio literário José Saramago 2005 e já esteve na FLIP.

sábado, 14 de junho de 2008

Kota Kinutani

Fotos de Juvenal Pereira
Press Release
Na tarde do próximo dia 20 de junho, o príncipe herdeiro do Japão Naruhito estará no Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, para inaugurar um monumento símbolo das relações de amizade entre Brasil e Japão.

É um conjunto com sete esculturas de granito, instalado em formato de mandala, que entrelaça elementos simbólicos e perpetua a inspiração criativa de um escultor japonês apaixonado pelo nosso país.


A presença do príncipe herdeiro na cerimônia de inauguração será a grand finale de uma história que teve início em 2003, quando Kota Kinutani chegou ao Brasil para o curso de pós-doutorado em escultura, na Universidade de São Paulo.


Em 2005 criou o monumento que, a seu ver, exprimisse os valores de coexistência pacífica e co-prosperidade entre os povos. Adotou, como conceito básico, uma mandala formada por ‘peças’ representativas dos continentes: Ásia, África, Américas, Europa e Oceania. Essas esculturas circundariam uma peça central (o coração) que representaria o Brasil, ou seja, um país que recebeu imigrantes de todo o mundo.
Foi assim que nasceu a proposta do escultor japonês Kota Kinutani, de 34 anos, para a comemoração do Centenário da Imigração Japonesa.

No Japão, escolheu o granito Inada, original da província de Ibaraki, extraído de uma das pedreiras mais tradicionais do país. Basta dizer que ela é explorada há mais de 130 anos

No Brasil, em Sobral, no Ceará, encontrou o bloco da pedra que idealizara: granito Red Dragon, de cor avermelhada com pontos acinzentados.

Os anos de 2006 e 2007, para Kota Kinutani e equipe, foram de atividades intensas, iniciando com a campanha de captação de recursos financeiros e de execução do projeto artístico.


Inscrito como um dos projetos do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, o Monumento Comemorativo – que foi doado pelo escultor japonês à cidade de São Paulo – foi escolhido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para ser colocado no Parque do Carmo, na zona leste da Capital, cuja instalação conta com apoio da Prefeitura Municipal.

No Japão, as seis esculturas, que pesam cerca de 100 toneladas, foram finalizadas, embaladas e colocadas em containers para serem transportadas ao Brasil. O navio com as obras partiu do porto de Yokohama no dia 14 de fevereiro deste ano e chegou ao porto de Santos em 15 de março, ocasião em que foram transportadas para o armazém da empresa Cragea, em Suzano.
Nesse meio tempo, Kota Kunitani veio ao Brasil para iniciar a etapa de produção com a pedra brasileira. Do Ceará, o bloco de rocha com 55 toneladas foi transportado para o Parque do Carmo, onde o escultor montou seu ateliê-oficina.
De acordo com o cronograma, nos próximos dias serão iniciados os procedimentos para a instalação definitiva das esculturas. Uma operação extremamente delicada e custosa que, além de demandar obras civis especiais para suportar o peso das esculturas (cerca de 130 toneladas), necessitará de caminhões e guindastes para carregamento e descarregamento.

Kota Kinutani, graduado pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nippon, em Tóquio, em 1996, tornou-se o primeiro doutor em escultura pela conceituada Universidade Nacional de Belas Artes de Tóquio. Fez o seu curso de pós-doutorado na Escola da Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo entre 2003 e 2004.
Desde 1992, tem participado de diferentes projetos artísticos e estudado em diversos locais do Japão e do exterior. Realizou mostras individuais e coletivas e tem obras no acervo permanente de várias instituições do Japão e de Portugal.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Moita de Bambu


Depois de 6 horas de trabalho, emendando 36 fotografias de uma moita de bambu do Parque da Água Branca, Marcelo Lerner finalizou a construção da fotografia “Moita de Bambu”.
O arquivo final ficou com 1,8G em uma imagem PSD. Depois flatiou (achatou) em uma única imagem e caiu para 200MB.
Na próxima semana esta fotografia vai estar exposta na mostra Bambu, Bambusa, Bambual “Edição Pocket”, galeria da Insign.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Balanço das horas


No domingo á tarde uma luz de outono iluminava a moita de bambus gigantes no Parque da Água Branca, em São Paulo. Ela fica depois do portão principal acima e à esquerda. Fui lá com o Marcelo Lerner fazer uma fotografia especial. É especial porque foram necessárias 35 fotos da moita.
Para ser realizada, uma fotografia com esta técnica (que é uma construção/montagem), são necessárias até 56 fotografias, dependendo de onde o Marcelo quer chegar. São 56 verdades - recortes de uma cena, para construir uma “outra verdade”.
Lerner com sua engenhosidade impar adaptou uma máquina digital no back de uma 4 x 5” (câmera de grande formato) e rastreia, fotografando por linhas marcadas no vidro despolido, diversas imagens de um único assunto. Depois ele vai pro computador (penteia os pixels) e monta estas imagens construindo uma única foto. Lerner vem desenvolvendo esta técnica já tem um tempo. Fotografou muitas pontes do Rio Pinheiros e do Rio Tietê, em São Paulo, com resultados surpreendentes.
Já aprovado pela Lei Rouanet e à procura de patrocinadores o projeto de um livro com estas imagens mágicas.
Em breve a foto da moita de bambus vai estar neste blog e, em formato gigante, na Edição Pocket – Galeria da Copiadora Insign (R. Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 567 Pinheiros em São Paulo http://edicaopocket.com/index.html
Enquanto Lerner fotografava a moita de bambus fiquei passeando com sua filha pelo parque. Na área de gangorras uma garota balançava e a luz estava incrível.